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Foto do escritorMatheus Mans

Vale a pena assinar o serviço de streaming da MUBI?


Assinei o serviço de streaming da MUBI logo que chegou ao Brasil, já há alguns anos. Fiquei animado pela possibilidade de ver títulos fora do padrão em uma plataforma digital. No entanto, os poucos filmes com legendas em português na época e a limitação exagerada do catálogo em torno de produções extremamente alternativas e independentes não em animaram muito.


Algumas semanas depois, cancelei. E fiquei assim por um longo período. Até que, nas últimas semanas, percebi que as coisas começavam a mudar na plataforma. A chegada do Acervo (que é uma biblioteca um pouco mais fixa de conteúdos, sem data próxima para expirar) e o início de acordos com grandes produtoras e distribuidoras (incluindo brasileiras), me animaram de novo.


Assinei novamente a MUBI há um mês, por um valor de R$ 27,90. A seguir, conto com um pouco mais de detalhes sobre essa minha experiência no serviço de streaming MUBI. Confira:


Usabilidade da plataforma


Primeiramente, o que me chamou a atenção é a melhora extrema da tecnologia da plataforma. Com um design clean e simplificado, não há segredos. Em uma aba, o usuário consegue encontrar com facilidade os filmes que estão "em cartaz" -- ou seja, aquelas 30 obras selecionadas que ficam disponíveis por um mês. Tudo é bem especificado, sem enrolação.


Vale destacar, também, como as informações estão bem concentradas. Há clareza no tempo que aquele filme vai ficar ali (ao contrário de plataformas como Netflix e Amazon Prime Video, que escondem a informação do usuário). Além disso, dentro da página do filme, há a sinopse e, ao lado, a opinião da curadoria da MUBI, que dá um pouco mais de contexto para aquele filme.

Quanto ao Acervo, há um pouco mais de dificuldade em navegar. Afinal, não há uma barra de buscas e o usuário precisa caçar, na unha, o que tem disponível para assistir. Além disso, a disponibilidade de alguns filmes no aluguel (e que não estão disponíveis no plano de assinatura) também causam certa confusão. É preciso prestar atenção no que quer e está consumindo.


Por fim, há um outro problema que me incomodou: a qualidade de imagem. Várias vezes, sem motivo aparente, a plataforma reduzia drasticamente a qualidade de um filme. Do nada, a imagem ficava borrada, com muitos pixels, e atrapalhava a degustação do filme. Indiana, por exemplo, causou isso. Acabei optando por ver o filme no Telecine, com a qualidade melhor.


Catálogo da MUBI


De novo, há uma melhora significativa. Nem só de filmes em preto e branco e produções francesas de 1930 que vive a MUBI de hoje em dia. Agora, o usuário tem mais facilidade de encontrar produções de diferentes épocas, países e gêneros -- até mesmo curta-metragem de animação está entrando no cardápio. Claramente, há uma visão mais ampla do negócio.


Além disso, as parcerias e maratonas especiais são um deleite à parte. A presença de filmes brasileiros ajuda a dar profundidade na experiência do público brasileiro. Pré-estreias especiais (Ema, por exemplo) favorecem um catálogo mais dinâmico. Destaque para a entrada de filmografias quase completas de cineastas como Ozon, Sacha Guitry e Jean-Luc Godard.

Assim, hoje, a MUBI atingiu o melhor dos mundos. Consegue mesclar lançamentos alternativos, clássicos e independentes com outras produções desconhecidas do público, mas que dialogam também com quem quer algo mais para passar o tempo, sem tramas complicadas demais ou que exijam muito do espectador. Há, agora, caminhos para todos os públicos dentro da MUBI.


Hoje, no dia que escrevo este texto, um usuário pode encontrar grandes produções portuguesas contemporâneas (A Woman's Revenge, The Portuguese Woman), filmes brasileiros (Indianara, Los Silencios), produções alternativas nórdicas (Dogs Don't Wear Pants), filmes franceses em preto e branco da década de 1930 (Quadrille, My Father Was Right), dentre outras coisas.


Conclusão


Assim, acredito que a MUBI oferece um dos serviços mais interessantes e de maior potencial no mercado de streaming. As grandes parcerias, a amplitude do catálogo e a qualidade da curadoria e da usabilidade da plataformas fazem valer os R$ 27,90 mensais da assinatura -- bem mais salgado do que o Prime Video, mas no mesmo patamar que HBO, Telecine e Netflix.


Só melhorar a questão da qualidade e afinar um pouco mais a navegabilidade do Acervo. Com isso tudo alinhado, a MUBI é um serviço para assinar e mergulhar em um novo-antigo cinema.

 
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