Junte três características em uma só pessoa: gosto por viagens, predileção por lugares nada convencionais e uma enorme curiosidade por assuntos sombrios. Como resultado, temos não apenas David Farrier, um jornalista neozelandês, como também todo o público que acompanha seu documentário na Netflix, Turismo Macabro. O que parece uma versão turística de programas como Restaurantes Esquisitos tem feito sucesso na plataforma, e com motivo.
A ideia de Farrier é simples: explorar locais inusitados que são considerados pontos turísticos em diferentes partes do mundo. Mais do que contar como funciona cada atração, o jornalista faz questão de ser parte daquilo que está participando, seja passear num lugar radioativo até ser torturado por um antigo militar. Para quem se interessa, mas nunca teria coragem de chegar perto desses lugares, a série é um ótimo entretenimento.
Ao longo dos episódios, Farrier faz questão de conversar com pessoas que fazem parte daquela realidade de turismo macabro, tentando entender o porquê daquilo existir e como consegue fazer tanto sucesso. Nos oito episódios disponíveis, ele passa pela Colômbia, México, Japão, Estados Unidos, Cazaquistão, Turcomenistão, Chipre, Camboja, Indonésia, Benim e Joanesburgo. Apesar de parecer muita coisa, o tempo em cada local costuma ser bem dividido, não cansando o espectador em momento algum, deixando um gosto de “quero mais”.
Aqui, David Farrier se aproxima mais de um turista do que de um jornalista, pois deixa sua opinião, muitas vezes bastante céptica, bastante clara. E, quando duvida daquilo, tenta ir mais afundo no assunto, o que só torna o programa ainda mais interessante. Ele assume o papel de jornalista principalmente quando conversa com especialistas no tema e, é claro, outros turistas.
O estranho sempre nos despertou interesse, e foi nisso que o mais novo documentário da Netflix tanto investiu. Farrier conduz bem o ritmo dos episódios, fazendo 50 minutos passarem rápido. Outra grande vantagem de documentários em geral é o fato de terem começo, meio e fim, o que permite uma continuidade por parte do público, mas sem muitos esforços. Turismo Macabro nos prova mais uma vez como a Netflix tem acertado, e muito, em documentários.
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