Um vídeo caseiro de uma garota aspirante a atriz pedindo ajuda à uma atriz, de fato, reconhecida inicia o drama iraniano de Jafar Panahi. Ameaçando suicidar-se, Marzyeh Rezaei não é compreendida pela família quanto à carreira, e recorre à Benhaz Jafari. O que começa aflitivo logo de cara, vai sendo desenrolado e criando por si só um filme totalmente minimalista e que expõe a essência do cinema deste país. Diferente dos blockbusters já conhecidos, aqui vão os nossos três motivos para assistir 3 Faces.
1. Crítica social ao governo iraniano
Para quem não sabe, em 2010, Panahi foi condenado a 6 anos de prisão e foi proibido pelos próximos 20 anos de fazer filmes, roteiros e até mesmo conceder entrevistas. No entanto, o diretor vem desobedecendo sua condenação, que foi fortemente criticada por inúmeras figuras importantes do mundo cinematográfico. Como é de se imaginar, o conteúdo de 3 Faces reflete totalmente sua resistência -- lógico, acompanhada de uma crítica. Abordando temas como misoginia e restrição de liberdade, Panahi mais uma vez enfrenta um governo opressor.
2. Questionamento sobre a veracidade das coisas
Como a própria sinopse já entrega, a viagem de Panahi e Jafari, que interpretam a si mesmos no filme, se dá justamente para descobrir a verdade a respeito daquele vídeo. Seria um suicídio? Uma edição extremamente profissional? Mais do que isso, 3 Faces coloca o espectador em dúvida durante diferentes momentos e o faz prestar completa atenção para decifrá-los.
3. Belíssima direção
3 Faces é um filme que deve ser apreciado por sua direção. Panahi investe em planos sequências, nem sempre simples de serem dirigidos, e muitas cenas têm a câmera parada, enquanto o cenário e a história vão se construindo naturalmente. Ainda que possa parecer um pouco lento para um público que não está acostumado com esse tipo de filme, é impossível deixar de notar.
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