1. A trama surpreende e é muito boa
Perceba que, nos últimos tempo, as melhores série da Netflix estão vindo de onde menos se espera. Produções documentais, por exemplo. Ou, ainda, alguns reality shows australianos, como o excelente Instant Hotel. Outro gênero que tem se mostrado surpreendente na plataforma de streaming são os dramas banais, que retratam dores e alegrias das relações humanas. Atypical, por exemplo. E, agora, a ótima Disque Amiga para Matar que, apesar do título em português ser péssimo, acerta em toda trama.
A história acompanha a jornada de duas mulheres unidas pela luto. Jen (Christina Applegate) é uma corretora de imóveis que ainda não conseguiu superar a morte do marido. Ela acaba encontrando conforto na amizade que cria com Judy (Linda Cardellini), uma mulher que perdeu o marido e ainda sofre com uma série de abortos espontâneos que teve ao longo de seu casamento. Unidas pela dor, elas acabam entrando em um furacão de acontecimentos, reviravoltas e momentos surpreendentes.
2. Há reviravoltas interessantes e reais
É curioso como a série começa como uma comédia bobinha e, aos poucos, vai ganhando contorno de suspense. Afinal, há reviravoltas em vários dos episódios e isso acaba carregando as tintas de Disque Amiga para Matar. Quem espera uma série divertidinha e bobinha, bem... Deve se decepcionar. Mas se der uma chance para as reviravoltas que povoam a história e agitam a trama, vai conseguir mergulhar na atmosfera sem dificuldades. Afinal, tudo é muito real, palatável, pouco artificial. São histórias bem reais.
3. Personagens complexos e interessantes
Apesar da boa trama e das reviravoltas bem encaixadas, o que chama a atenção positivamente aqui são os personagens complexos e interessantes. Judy, que é muito bem interpretada por Cardellini (a Velma de Scooby-Doo ou, recentemente, em A Maldição da Chorona), possui um arco deslumbrante de transformação e de momentos de choque. Difícil não se solidarizar com a personagem, mesmo vendo que ela comete alguns atos pouco aprováveis. Isso que é boa transformação. Viu, Game of Thrones?
Já Jen, vivida por Applegate (Perfeita é a Mãe), é um pouco mais contida, apesar do humor cruel, e não cria tantos vínculos com o espectador. No entanto, conforme são revelados detalhes de sua relação com o marido atropelado, uma conexão vai sendo criada. Afinal, os homens dessa série são pessoas horríveis e bem interpretados. James Marsden (X-Men: Dias de um Futuro Esquecido) está bem como o bizarro marido de Judy. Edward Asner (Up) como Abe, o único homem da série que cria bons vínculos.
Não assistam o final é muito ruim