1. É o primeiro representante brasileiro na série
A série BIOS: Vidas que Marcaram a Sua já tem carreira fora do País. Só de latino-americanos foram entrevistados quatro personalidades -- os músicos argentinos Charly García e Gustavo Cerati, e o mexicano Alex Lora. Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica e símbolo da infância de muitas pessoas, é o que abre os trabalhos. À vontade, contando detalhes sobre infância e início de carreira, Maurício mostra como é um brasileiro que merece estar nessa posição que a série lhe proporcionou. Sem dúvidas, o cartunista e empresário não faz feio perto de outros entrevistados. Muito pelo contrário.
2. A série é aprofundada
Claro: é impossível reunir a vida inteira de uma pessoa em 90 minutos. Quem quiser saber tudo, tim-tim por tim-tim, precisa ler a biografia Mauricio: A história que não está no gibi. Aqui, temos um apanhado sobre a vida de Maurício de Sousa, mas que é muito bem-vindo. Há registros históricos dele em sua casa de infância, em Mogi das Cruzes; em passeios pelos estúdios da Maurício de Sousa Produções; ou em relatos íntimos na frente das câmeras, seja dele ou de suas filhos. Fãs do cartunista vão se emocionar e quem ainda sabe pouco sobre Maurício, sem dúvidas, vai ficar fã de sua figura. Além disso, a personalidades marcantes, como o homem que inspirou o querido Cebolinha.
3. É muito bem conduzida
Ainda que seja uma série documental, ela não tem o aspecto básico das produções do gênero -- entrevista, arquivo, entrevista, arquivo. BIOS está mais para um bate-papo entre o cartunista e o entrevistador Fábio Porchat. Ele, que ganhou experiência com seu talk show na Record, se mostra como um entrevistador que não tem medo de mostrar o que sente. Alguns momentos do episódio são emocionantes, outros divertidíssimos -- como a cena, já eternizada, de Porchat andando em um carrossel com Maurício de Sousa. Há uma aproximação franca do entrevistado, ainda que seja claro o deslumbre.
Mas, porém, todavia, entretanto...
Como ressaltado no item 2, não dá pra contar a vida inteira de uma pessoa em 90 minutos. No entanto, coisas importantes ficaram de fora, como a morte de um dos dez filhos do cartunista. Pode ser que Maurício não tenha se sentido confortável em falar sobre isso, mas teria sido interessante ir atrás, falar com as filhas. Simplesmente ele foi esquecido. Além disso, talvez, buscar algumas entrevistas mais distantes da realidade de Maurício e que tenham a ver, de fato, com o cartunista -- não um bate-papo, sem sentido algum, com a apresentadora Xuxa. Ao final, é bom. Mas faltou um molho a mais.
SERVIÇO
O que? BIOS: Vidas que Marcaram a Sua, sobre Maurício de Sousa
Quando? 13 de Abril, às 21h.
Onde? No National Geographic.
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