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Foto do escritorMatheus Mans

'Todo Dia' é livro criativo, inteligente e muito surpreendente


“Não sei como isso funciona, nem o porquê. Parei de tentar entender há muito tempo. Nunca vou compreender, não mais do que qualquer pessoa normal entenderá a própria existência. Depois de algum tempo é preciso aceitar o fato de que você simplesmente existe.”

Há algum tempo, li Will & Will, livro escrito pela dupla John Green e David Levithan. Apesar de ter me decepcionado enormemente com a história, achei o estilo de escrita de Levithan interessantíssimo. Ficou na minha lista de autores a ter alguma coisa lida no futuro para, assim, chegar a alguma conclusão mais concreta. Na primeira oportunidade, li Todo Dia. Obra que está figurando dentre as melhores leituras do ano e, provavelmente, ficará dentre meus livros preferidos.

A história é extremamente criativa e original. Um ser, chamado de A., tem uma rotina diferente de qualquer outra: todo dia ele acorda em um corpo diferente. Seja menino ou menina, ele tem que enfrentar, diariamente, nova realidade e problemas. Assim, A. estabelece uma regra: não interferir na vida do hospedeiro. Só que a regra é quebrada no momento em que ele toma posse do corpo de Justin e se depara com a namorada do rapaz, Rhiannon.

Rhiannon é tudo que A. sempre desejou, mas nunca pode ter. É atenciosa, carinhosa, bonita. E para completar suas vontades, ela é extremamente maltratada pelo namorado Justin. Seria o momento ideal para interferir no relacionamento e, assim, começar uma nova história. O único problema: no dia seguinte ele será outra pessoa e não terá mais contato com a bela garota. Para driblar o problema, A. começa a procurar Rhiannon em todas as suas personalidades. Aí surgem as dúvidas: como funcionaria um relacionamento entre os dois? Seria possível? Ela aceitaria?

"Enquanto cochilamos, sinto uma coisa que nunca senti. Uma proximidade que não é apenas física. Uma conexão que desafia o fato de que acabamos de nos conhecer. Um sentimento que só pode vir da mais eufórica das sensações: a de pertencer a alguém."

O mais interessante do enredo é a diversidade de realidades. Ora um menino obeso, ora uma menina depressiva. Ora um esportista pegador, ora um jovem homossexual. São realidades opostas e que A. consegue conciliar de maneira formidável. Essa mistura de personalidades acaba deixando a leitura extremamente fluída e agradável. Queremos virar a página e descobrir como é o novo corpo e se ele possibilitará uma aproximação de Rhiannon.

Além disso, a mensagem que o livro passa é estupenda. Essa foi uma daquelas obras que me deixou abaladíssimo com o final. A história foi aos poucos me conquistando e me deixando ainda mais entusiasmado com os acontecimentos. Ao final da leitura, me senti sem chão e sem saber direito como continuar o dia sem ter mais da história de A. para ler, me divertir e me angustiar.

Enfim, queria fazer desta a minha resenha mais bem elaborada, devido ao favoritismo que o livro de Levithan alcançou em meu conceito. Mas não consigo expressar em palavras o que ele me passou. Estupendo, fantástico, fabuloso? Qualquer palavra é menos intensa do que Todo Dia merece.

 
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