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Foto do escritorMatheus Mans

'Tinha medo que ficasse risível', diz Fernanda Torres sobre 'O Juízo'


O Juízo é um filme de família. No caso, da família de Fernanda Torres. Ela, que também é atriz e escritora, teve a ideia e escreveu o roteiro. O marido, Andrucha Waddington, ficou a cargo da direção. E a mãe Fernanda Montenegro e o filho Joaquim Torres Waddington acabaram entrando pro elenco. Mas, para Fernanda Torres, este processo não foi fácil. Em determinado momento, ela ficou preocupada com a qualidade do filme.

"O terror é um gênero muito difícil de trabalhar. Tinha medo que ficasse risível. Você sempre fica a um passo disso", comenta a roteirista, em coletiva de imprensa realizada em São Paulo na última segunda, 2. Segundo ela, uma primeira olhada no filme foi preocupante. "Eu fiquei desesperada ao ver o esboço. Ficava me preocupando onde eu tinha amarrado minha família. Mas acho que o resultado, no final, não foi risível".

A trama conta a história de Augusto (Felipe Camargo), um homem atormentado que se muda com a mulher Tereza (Carol Castro) e o filho, Marinho (Joaquim Torres Waddington), para uma fazenda abandonada, herdada do avô, na esperança de colocar a vida nos trilhos. A propriedade, no entanto, carrega o carma da traição ao escravo Couraça (Criolo), que busca ao longo dos séculos a vingança contra a família de Augusto.

O elenco, durante coletiva, destacou a importância da tal casa no processo de filmagem.

"A casa é a grande protagonista do filme", ressaltou Carol Castro. A atriz, vista recentemente nas novelas Órfãos da Terra e O Tempo Não Para, ainda conta que a Mãe Natureza deu uma ajuda na hora de criar a ambientação. Na maioria dos dias de gravação, choveu. "Era muito escuro, muita chuva, muita lama. E, se por acaso fazia sol, a gente entrava na casa. Se chovia, a gente saía pra gravar externas. É fora do usual".

Criolo, conhecido por seu trabalho como músico, chamou a atenção para o gênero e fez paralelos com o complicado Brasil de hoje. "Questionamos, por meio da arte, o motivo de tudo estar do jeito que está hoje. Eu, infelizmente, nem precisei ir muito longe para saber o que estávamos contando ali", disse ele, que faz o papel do escravo Couraça. "Aqui, afinal, não faltam assuntos para suspense, terror, drama. Aqui, é terror infinito".

 
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