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Foto do escritorMatheus Mans

SP-Arte se consolida como principal evento de arte e negócios


É curioso andar pelos corredores da 15ª SP-Arte, feira de artes e design que acontece entre os dias 4 e 7 de abril, no Pavilhão da Bienal em São Paulo. Há o público convencional, que ronda o espaço em busca de obras de arte interessantes, que sirvam bem seus Stories e Instagrams. E há colecionadores, investidores e galeristas, facilmente identificáveis na multidão, que andam por ali em busca de boas compras a serem realizadas. É um encontro de públicos com objetivos e universos bem distintos.

Afinal, a SP-Arte não é uma mostra de arte qualquer. O evento, que chega ao seu 15º ano mais forte do que nunca, é inicialmente uma feira de negócios. Mais do que expôr as suas obras a quem ali trafega, artistas e galeristas do mundo todo querem fechar negócios, passar o cartão na máquina e aperta as mãos. Em alguns dos estandes em que o Esquina passou, havia conversas francas entre organizadores para fazer um saldo do que tinha sido vendido, quanto tinha sido ganho. Segundo a Folha, nada grandioso.

O fato, porém, é que quem vem de fora para mergulhar nesse mundo cruel e dinâmicos das artes plásticas e contemporâneas consegue se divertir. Ainda que não tenha o impacto de uma Bienal, por exemplo, a SP-Arte é um entretenimento com conteúdo. Os visitantes, que pagam entre R$ 20 e R$ 50 no ingresso, conseguem fazer um rápido passeio pelo mundo artístico ao visitar estandes de galerias de todo o mundo, além das brasileiras. É um passeio multicultural único, que pode ser feito em raras ocasiões.

Na visita do Esquina ao evento, algumas áreas, obras e artistas se destacaram. É inevitável, por exemplo, não levar o olhar para o painel Bumba Meu Boi, de Di Cavalcanti, bem próximo da entrada da feira. Sai dali para sua casa por R$ 20 milhões. Já na área do influente galerista David Zwirner é possível encontrar a escultura Frog, da suíça Carol Bove. Já nas galerias nacionais, destaca-se a Fortes D'Aloia & Gabriel, que apresenta as esculturas suspensas de Ernesto Neto. Já a A Mendes Wood DM leva artistas como Rubem Valentim e Sonia Gomes. Uma explosão de ideias, artes, criatividade artística.

São, afinal, mais de 2 mil artistas com obras expostas ao longo de todo a Bienal. Até em locais improváveis, como na parte superior de uma área de descanso, há obras de arte marcando presença e gerando uma criatividade eletrizante em todo o ambiente dali.

Além disso, vale destacar a área de design e arquitetura da feira. Em sua quarta edição, o setor recebe 45 expositores, treze a mais que no ano anterior, e inova ao se dividir em cinco núcleos específicos: Moderno, Contemporâneo, Arquitetos, Designers Independentes e Antiquários. Tem obras Lina Bo Bardi, Jorge Zalszupin, Sollos, Ovo.

A SP-Arte é, enfim, uma feira que valoriza a criatividade, a arte, o design, os negócios. É o que movimento grande parte do mundo artístico e, por mais estranho que seja ver etiquetas de preço ao lado de algumas das peças, vale a pena visitar o espaço para, assim, entender um pouco mais desse universo mercadológico das artes -- que, há pouco tempo, ganhou contornos interessantes com os filmes Minha Obra-Prima e Velvet Buzzsaw. É um mundo cruel, longe da realidade da maioria dos brasileiros? Sem dúvidas. Mas é belo, também. Criativo, ousado, onírico. Vale a pena mergulhar nele. Nem que seja só um pouquinho.

SERVIÇO

O que? 15ª edição da SP-Arte Quando? 4 a 6 de abril, das 13h às 21h. 7 de abril, de 11h às 19h.

Onde? Pavilhão da Bienal - Parque Ibirapuera, Portão 3 - São Paulo, Brasil

Quanto? Entrada: R$ 50,00 [geral] e R$ 20,00 [meia promocional*]

 

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