O pugilista Éder Jofre se tornou uma lenda do esporte mundial. Vindo de Perus, em São Paulo, ele enfrentou dificuldades na família e deixou sonhos pessoais de lado para se tornar campeão do mundo na luta que também consagrou Muhammad Ali, Rocky Marciano e outros. No entanto, ele está sendo esquecido. Essa é a percepção da equipe de produção do longa 10 Segundos Para Vencer, que conta parte da trajetória do ex-boxeador.
"A gente fez um filme que acreditamos sobre uma pessoa importante que está sendo esquecida", disse o produtor Flávio Tambellini durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo. "Éder Jofre trouxe várias conquistas para o Brasil. É um herói nacional que estamos precisando resgatar. Afinal, como já acontece nos Estados Unidos, precisamos usar o cinema para relembrar de boas pessoas que fizeram a diferença no País."
Na trama, Daniel de Oliveira (Aos Teus Olhos) vive Éder. Osmar Prado (Olga), enquanto isso, é Kid Jofre, o pai linha-dura do pugilista e que foi responsável por todo seu treinamento. Completa o elenco, ainda, o ótimo Samuel Toledo (Polícia Federal) como o tio Zumbanão e Keli Freitas (A Grande Família: O Filme) como Cida, esposa de Éder.
Para o diretor José Alvarenga Jr. (Cilada.com), contar a história de Éder não foi tão difícil quanto parece. "Jofre tem uma história interessantíssima de pioneirismo no boxe e há um conflito na vida dele entre disciplina e prazer", contextualiza o cineasta. "Além disso, o boxe é muito atrativo no cinema. É uma coreografia de duas pessoas. Assim, fizemos um filme rápido e com um pancadaria brutal. Esse é outro diferencial nosso no cinema."
Preparo. Atores também destacam que a preparação para viver seus personagens ajudou a criar o clima. Daniel de Oliveira certo dia sonhou acordado, enquanto tomava banho, que viveria Éder Jofre nos cinemas. "Cheguei a ligar para o Éder, que disse que já estava sendo feito um 'negócio de filme' sobre ele", conta o protagonista. "Aí eu desanimei." Assim, não foi difícil aceitar o seu papel em 10 Segundos Para Vencer. "Treinei boxe durante um ano. Era treino todo dia, praticamente", disse durante coletiva.
Samuel Toledo destaca a questão do sotaque da família Jofre, que mistura o italiano da região de Perus com a origem argentina do patriarca. "O modo de falar da família é muito particular, muito misturado", conta o ator. "Eu ainda tive um dificuldade a mais de quase não ter registros de Zumbanão. Achamos duas fotos, perdidas no tempo, e contamos com muita descrição do Éder, dos tios e de pessoas que conviveram com ele."
Por fim, Osmar Prado ressaltou as possibilidades de improvisar durante sua atuação no longa-metragem. "O Alvarenga não interfere no nosso processo de criação", explicou o ator veterano, das novelas O Clone e Esperança. "Eu sempre improvisei, em toda minha carreira, e até bati de frente com diretores que não permitiam. Afinal, o ator é o verdadeiro criador. O diretor é quem modula interpretações. Eu, felizmente, pude criar em cima do Kid. Isso, sem dúvidas, me deixou muito realizado como intérprete."
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