Podem falar o que for sobre as maneiras de avaliar uma leitura. Mas eu, particularmente, preciso me conectar profundamente com os personagens para sentir algo enquanto as páginas voam entre meus dedos. Afinal, é importante gostar ou, pelo menos, se importar com aquelas personalidades que ali aparecem, além de ser interessante sentir certa identificação.
Raíssa, livro editado pela InVerso e escrito por Bárbara Martins Wieler, tem a personagem mais cativante dentre minhas leituras de 2021 até o momento. Na história, que é contada por meio de capítulos curtos e em tom confessional, acompanhamos a rotina, as dores e amores dessa personagem-título. Jovem universitária, ela está em um momento de descoberta. De encontros.
Nós, como uma espécie de testemunha e confidentes de Raíssa, vamos conhecendo melhor essa sua personalidade. Em alguns momentos, entendemos um pouco mais sobre sua criação -- a personalidade dos pais, a sexualidade, a rapidez das relações. Raíssa vai se descobrindo uma mulher fácil (ou seria difícil?) de amar e ser amada. Um caminho forte ao longo de 127 páginas.
A leitura, enquanto isso, é rápida. Com um estilo de escrita leve e de fácil assimilação, Bárbara Martins Wieler guia facilmente o leitor nesse mergulho na personalidade de Raíssa. A esperteza em fazer capítulos curtos, como se fossem pílulas sobre o dia a dia da personagem, enriquecem mais a experiência. Parece que estamos conhecendo-a da maneira como se deve, aos poucos.
Quando virei a última página, veio aquela boa sensação de que conheci uma personagem forte, marcante, real. Bárbara, sem dúvidas, tem em mãos um dos livros mais interessantes de 2021 até agora. Pena que é tão curto. Queria ter lido mais, mergulhado de maneira mais direta e profunda nessa história. Mas tudo bem. O que vale é a experiência marcante com a leitura.
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