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Foto do escritorMatheus Mans

Resenha: 'A Festa de Babette' é livro simples, mas emocionante


Num pequeno povoado na Noruega, surge uma francesa misteriosa. É Babette. Fugitiva do massacre à Comuna de Paris em 1871, ela bate na porta de duas senhoras puritanas, filhas de um profeta protestante, em busca de uma oportunidade. Ainda que com certa desconfiança no começo, Babette logo é recebida como cozinheira dessa pequena família em troca de abrigo.


Essa é a história de A Festa de Babette, conto publicado pela SESI-SP Editora e escrito por Karen Blixen. Dividido em dois momentos, entre as histórias que envolvem o passado das duas irmãs com a jornada de Babette, o livro é simples, com apenas 60 páginas. Não tem enrolação, não tem gordura. Afinal, é um conto, que desafia a concisão de autores para ter só o que basta.

As coisas no livro mudam de figura, porém, quando Babette é a vencedora de uma espécie de loteria da região. As irmãs, então, se preparam para sua despedida. É aí que surge o banquete de Babette. The feast. A Festa de Babette. Desafiando ideias pré-concebidas, a protagonista mergulha em sua cultura e em suas memórias, celebrando a vida numa espécie de comunhão.


Blixen, então, cria uma espécie de celebração. Celebra a gastronomia, a memória, as raízes. Mostra como a comida, criadora de memórias olfativas, visuais e gustativas, pode nos transportar para outras épocas, outros lugares, outras vidas. É um livro de celebração, com uma personagem que transcende as páginas e mostra uma força muito característica.


O mais interessante, porém, é refletir sobre a história que foi contada ao virar a última página. A Festa de Babette é um conto: simples, enxuto. Mas, ainda assim, não deixa de emocionar ao falar sobre a comunhão de pessoas e a importância que precisamos dar ao que nos une, contrapondo dogmas religiosos e mostrando que podemos nos unir pelas coisas simples que a vida nos dá.

 

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