Como é de praxe na nossa rotina anual, chegamos na metade do ano. E é agora que começamos a levantar uma das maiores polêmicas entre público e crítica: os melhores filmes, que passaram nos cinemas ou no streaming, até a metade do ano. É sempre uma seleção consciente, em que damos notas específicas para cada um dos títulos, e apresentamos esses filmes como diálogos.
Por isso, fica o convite: deixe nos comentários quais são os seus filmes preferidos de 2022. E se quiser saber nossas escolhas do passado, confira nossa seleção de 2021, de 2020, de 2019, de 2018 e, enfim, a nossa primeira lista do tipo, os melhores filmes do já longínquo ano de 2017.
8. Top Gun: Maverick
Título: Top Gun: Maverick
Direção: Joseph Kosinski
Elenco: Tom Cruise, Miles Teller, Val Kilmer, Jennifer Connelly
Nota do filme: 8,4
1. Originalidade: 7,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 9,0
4. Atuações: 8,0
5. Caráter Mobilizador: 8,0
Justificativa: A maior bilheteria do ano é, também, um dos filmes mais empolgantes de 2022 -- senão o mais. Top Gun: Maverick soube conciliar bem a nostalgia de trazer de volta personagens do passado com uma histórias com momentos marcantes, principalmente por conta da presença de Tom Cruise. Ele, seguindo um costume que só ganhou força nos últimos anos, dispensa dublês e faz cenas de acrobacias dentro de aviões, levando realismo nunca antes visto para as telas do cinema de ação. Um filme divertido, empolgante e emocionante. Crítica AQUI.
7. Fédro
Título: Fédro
Direção: Marcelo Sebá
Elenco: José Celso Martinez Corrêa, Reynaldo Gianecchini Nota do filme: 8,4
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 6,0
4. Atuações: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 8,0
Justificativa: Enquanto o oitavo filme da lista é uma das maiores bilheterias do ano, talvez este sétimo colocado seja um dos (injustamente) menos comentados de 2022. Fédro, longa-metragem lançado no Star+, traz o reencontro de Zé Celso com seu pupilo Reynaldo Gianecchini, décadas depois que o ator global saiu da companhia de teatro de Zé para alçar voos próprios. Além da boa sacada de relacionar esse reencontro com o texto Fédro, de Platão, o longa-metragem conta com uma magia própria com Zé Celso e Gianecchini em cena. Crítica AQUI.
6. Cow
Título: Cow
Direção: Andrea Arnold Nota do filme: 8,5
1. Originalidade: 10,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 6,0
4. Caráter Mobilizador: 8,0
Justificativa: Antes, uma explicação: por não ter sequer entrevistados, Cow não conta com uma das notas -- que, neste caso, seria de entrevista. Fica com quatro conceitos. E isso, aliás, já eleva a nota de originalidade. O longa-metragem de Andrea Arnold (Docinho da América) escancara os bastidores de uma fazenda de leite, mostrando o tratamento desumano dispensado à uma vaca que vive por lá. É um documentário cru e realista, sem qualquer tipo de distração, que traz um dos finais mais duros de assistir do ano. Assim como Safári, nunca mais quero ver. Crítica AQUI.
5. Pig
Título: Pig
Direção: Michael Sarnoski
Elenco: Nicolas Cage, Alex Wolff, Adam Arkin Nota do filme: 8,6
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 7,0
4. Atuações: 10,0
5. Caráter Mobilizador: 8,5
Justificativa: Não poderia faltar Nicolas Cage na lista de melhores do ano. Além do bom O Peso do Talento, Pig se tornou um acerto de destaque em sua carreira -- e um dos melhores filmes do ano. O filme conta a história de Rob (Cage), um homem solitário que vive apenas com a companhia de sua porca caçando trufas, iguaria apreciada na gastronomia. Só que toda sua vida muda de uma hora para outra quando o animal é sequestrado. A partir daí, o filme mostra que não é um novo John Wick, mas uma pérola sobre memória, vingança e luto. Crítica AQUI.
4. Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
Título: Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
Direção: Radu Jude
Elenco: Katia Pascariu, Claudia Ieremia, Nicodim Ungureanu Nota do filme: 8,6
1. Originalidade: 10,0
2. Qualidade Técnica: 9,0
3. História: 6,5
4. Atuações: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 8,5
Justificativa: Esta talvez seja a presença mais polêmica da lista. Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental, vencedor de Berlim em 2021, começa com um cena de sexo explícito. É estranho, quase desconfortável. Até que entendemos: aquela sequência é, na verdade, como se fosse um vídeo amador. Logo depois disso, Radu Jude mostra as reações de uma sociedade hipócrita com o vazamento daquele vídeo e como isso impacta a vida da protagonista. Brilhantemente conduzido, o filme expõe como nossa sociedade está cada vez mais doente. Crítica AQUI.
3. Titane
Título: Titane
Direção: Julia Ducournau
Elenco: Vincent Lindon, Agathe Rousselle, Garance Marillier Nota do filme: 8,7
1. Originalidade: 8,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 8,0
4. Atuações: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 8,5
Justificativa: Um dos filmes mais incômodos de 2022, Titane lembra o melhor de David Cronenberg ao contar a história de uma mulher que está virando máquina. É um filme potente e provocativo e que, apesar de repetir uma temática que já foi abordada em outros filmes de maneira bem semelhante, consegue trazer uma discussão contemporânea importante com as atuações de luxo de Vincent Lindon e Agathe Rousselle. Um filmaço de 2022. Crítica AQUI.
2. A Pior Pessoa do Mundo
Título: A Pior Pessoa do Mundo
Direção: Joachim Trier
Elenco: Renate Reinsve, Anders Danielsen Lie, Herbert Nordrum Nota do filme: 9,0
1. Originalidade: 8,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 8,0
4. Atuações: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Delicadeza em forma de filme. A Pior Pessoa do Mundo acerta em cheio ao falar sobre uma jovem que tenta acertar e seguir o caminho mais esperado na jornada de sua vida, mas sempre acaba tomando decisões inesperadas e/ou precipitadas. Com uma atuação certeira de Renate Reinsve, o longa-metragem norueguês volta a mostrar duas coisas: Trier é um dos grandes cineastas em atividade e ninguém consegue segurar o cinema nórdico. Crítica AQUI.
1. A Tragédia de Macbeth
Título: A Tragédia de Macbeth
Direção: Joel Coen
Elenco: Denzel Washington, Frances McDormand Nota do filme: 9,0
1. Originalidade: 8,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 10,0
4. Atuações: 10,0
5. Caráter Mobilizador: 7,0
Justificativa: E não tem pra menos: A Tragédia de Macbeth é o grande filme de 2022. Dirigido de maneira solitária por Joel Coen, que geralmente conta com a presença do irmão Ethan, essa adaptação da clássica história de Shakespeare ganha contornos poéticos com uma direção de arte e fotografia que amplificam a experiência e deixam tudo mais interessante. Isso sem falar das atuações de Washington e McDormand, que apenas engrandecem ainda mais um filme que já tinha tudo pra dar certo -- apesar da esnobada injusta no Oscar de 2022. Crítica AQUI.
Menções honrosas: RRR, Mães Paralelas, A Ilha de Bergman, Spencer, Batman, Paris 13º Distrito, Drive My Car.
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