2020 foi um ano complicado. Muitos filmes não puderam ser lançados por conta da pandemia do novo coronavírus e, com isso, muita coisa ruim acabou ganhando destaque indevido. No entanto, não podemos ignorar como o ano foi bom para os documentários. Grandes títulos surgiram nas telonas e nas telinhas, suprindo a falta de histórias e de vermos pessoas ao ar livre, no mundo.
A seguir, listamos os sete melhores filmes documentais do ano. Como sempre, seguimos as nossas regrinhas das listas de melhores do ano. O filme é de 2019, mas estreou em 2020? Não tem problema. Entra na lista. É de 2020, mas ainda não chegou em terras brasileiras? Neste caso, esperamos o próximo ano e torcemos para que seja lançado. E deixe o seu comentário!
7. Ligue Djá
Título: Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado
Direção: Cristina Costantini, Kareem Tabsch
Entrevistados: Walter Mercado, Willy Acosta, Lin-Manuel Miranda
Nota do filme: 8,4
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 8,0
3. História: 9,5
4. Entrevistas: 8,0
5. Caráter Mobilizador: 8,0
Justificativa: Pra começar nossa lista, Walter Mercado. Uma das maiores lendas da televisão latina, o astrólogo de Porto Rico fez fama e fortuna ao fazer previsões na televisão e, posteriormente, em linhas telefônicas -- rendendo o bordão "ligue djá". Aqui, neste delicado e emocionante documentário, entendemos um pouco mais sobre a figura de Walter Mercado, entrando numa intimidade nunca antes relevada. Para rir, chorar, relembrar. Crítica AQUI.
6. Professor Polvo
Título: Professor Polvo
Direção: Pippa Ehrlich, James Reed
Entrevistados: Craig Foster, Tom Foster
Nota do filme: 8,6
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 8,0
3. História: 9,5
4. Entrevistas: 7,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Ok, ok. Professor Polvo está longe de ser um filme impecável. Mas também não é uma catástrofe, como algumas críticas cretinas quiseram pintar por aí. Na verdade, este filme da Netflix pinta uma sensibilidade inesperada sobre a relação de um polvo com um homem que está passando por momentos ruins. Há certa monotonia na forma que a história é contada, assim como entrevistas tão paradas quanto uma poça de água. No entanto, a emoção e toda a delicadeza da história, assim como o significado dessa relação, ajudam o filme a ir muito além.
5. Emicida: AmarElo
Título: Emicida: AmarElo - É Tudo pra Ontem
Direção: Fred Ouro Preto
Entrevistados: Emicida
Nota do filme: 8,8
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 9,0
3. História: 8,5
4. Entrevistas: 8,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Talvez não tenha outro documentário brasileiro tão necessário (e surpreendente!) quanto Emicida: AmarElo - É Tudo pra Ontem. Aqui, a produção não segue o mesmo caminho de produções pasteurizadas de astros tão pasteurizados quanto, como Shawn Mendes e Ariana Grande. Na verdade, Emicida faz um mergulho em sua própria essência, em suas raízes mais do que brasileiras, para entender melhor de onde veio sua música, sua inspiração, a sua história.
4. Boys State
Título: Boys State
Direção: Amanda McBaine, Jesse Moss
Entrevistados: Ben Feinstein, Steven Garza, Robert MacDougall
Nota do filme: 8,9
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 9,0
3. História: 8,5
4. Entrevistas: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 9,0
Justificativa: Um dos documentários mais legais de 2020 que vai fundo numa questão esquecida, mas latente: como a política funciona na cabeça dos jovens? Em Boys State, que é uma produção exclusiva da Apple, acompanhamos um grupo de jovens americanos em uma espécie de retiro político. É vertiginosa, e inteligente demais, o mergulho que a dupla de diretores faz com o espectador. Para pensar como fazemos política por aí. Crítica está AQUI.
3. Secreto e Proibido
Título: Secreto e Proibido
Direção: Chris Bolan
Entrevistados: Terry Donahue, Pat Henschel, Diana Bolan
Nota do filme: 9,1
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 9,0
4. Entrevistas: 9,5
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Mais um filme da Netflix pra lista. Agora, o sensível documentário Secreto e Proibido. Aqui, acompanhamos a jornada de duas mulheres que se apaixonam na década de 1940 e precisam enfrentar o preconceito nos Estados Unidos — além da idade, que se torna o ponto central do filme em sua segunda metade. Difícil não derramar algumas lágrimas, ainda que o diretor Chris Bolan force alguma emoção. História sensível e necessário. Crítica AQUI.
2. Agente Duplo
Título: Agente Duplo
Direção: Maite Alberdi
Entrevistados: Sergio Chamy
Nota do filme: 9,8
1. Originalidade: 10,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 9,0
4. Entrevistas: 10,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Aqui a coisa já começa a ficar intrincada, difícil de separar um filme do outro. Agente Duplo, acredito eu, é uma das grandes surpresas de 2020. Assisti ao longa-metragem no É Tudo Verdade deste ano. Fiquei maravilhado, como deixei claro na crítica. Afinal, inicialmente, o filme se propõe a ser uma espécie de história de espionagem. A trama? Um idoso é contratado para se infiltrar num asilo e falar para um detetive o que se passa lá. No entanto, conforme o tempo passa, esse idoso vai percebendo outros problemas nessa casa de repouso, como abandono e solidão dos mais velhos. É um filme forte, inteligente, ousado, criativo. Pra refletir.
1. Honeyland
Título: Honeyland
Direção: Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov
Entrevistados: Hatidze Muratova, Nazife Muratova, Hussein Sam
Nota do filme: 9,8
1. Originalidade: 10,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 9,0
4. Entrevistas: 10,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: O filme mais sensível e delicado de 2020. Por pouco, muito pouco, não arrebatou o primeiro lugar na lista principal. E não é pra menos. Honeyland, que foi indicado ao Oscar em Melhor Filme Internacional e Documentário, emociona ao contar a história de uma mulher, no interior da Macedônia do Norte, que sobrevive criando abelhas. No entanto, sua vida é virada de cabeça pra baixo quando vizinhos chegam ali. É lindo, é inspirador e tão bem feito e filmado que nem se parece com um documentário: há clímax, anticlímax, personagens bem construídas. .
Observações
* Para desempate, seguiu-se a ordem de notas: originalidade, qualidade técnica, história, atuações e caráter mobilizador.
** Algumas notas mudaram entre diferentes rankings por conta de contexto.
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