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Foto do escritorMatheus Mans

'Queria me provar como cantora', diz Maria Alcina sobre novo álbum


Há pouco tempo, o Esquina não poupou elogios ao novo disco da cantora Maria Alcina, chamado de Espírito de Tudo. O álbum, ]apenas com composições de Caetano Veloso e esquecidas pelo grande público, chamou a atenção pelo apuro musical, pela belíssima seleção de canções e, é claro, pela coragem de Alcina em continuar inovando, sem medo de errar. Não é à toa que, para o Esquina, o disco já é um dos melhores do Brasil no primeiro semestre deste ano e tem tudo para ser um dos melhores de 2017.

Assim, maravilhado com o novo CD, o Esquina foi atrás de Alcina.Sempre animada, de plumas e de paetês, a cantora mineira contou um pouco da história do disco, de sua concepção e o que ela quer daqui pra frente. Não escondeu, em momento algum, sua felicidade com o disco e mostra que está pronta para encarar uma turnê e divulgar o seu trabalho aos quatro cantos do País, para se provar como uma verdadeira cantora de música brasileira. E abaixo, os melhores trechos da conversa de Maria Alcina com o Esquina:

Esquina: Primeiro me conta como foi a concepção do 'Espírito de Tudo'. De onde surgiu a ideia de fazer um disco apenas com composições do Caetano?

Maria Alcina: Em 2016, eu, Cida Moreira e Zezé Motta fizemos uma série de apresentações apenas com composições de Caetano. No final da minha parte, cantei Tropicália e fui aplaudida de pé, com entusiasmo. Senti uma emoção muito forte vindo da plateia. E a partir dali, as pessoas começaram a ligar para o Thiago Marques Luiz, meu produtor, sugerindo que eu gravasse um disco só com as músicas de Caetano. Naquele momento, nascia o meu disco.

Foi um processo espontâneo, então?

Totalmente. No momento que terminei de cantar Tropicália no show,senti uma identificação, senti que eu deveria seguir aquele caminho.Com a resposta do público, vi que estava recebendo prêmio artístico, que é quando novas ideias surgem a partir de seus fãs, das pessoas que apreciam o seu trabalho. É a primeira vez que passo por isso e é uma sensação única. Você sente um amor muito grande vindo por parte da audiência. Nunca achei que passaria por essa sensação e por este tipo de experiência. Acho que sou privilegiada com o que está acontecendo.

Como foi a escolha das músicas? Afinal, não é fácil pinçar só 10 composições na obra de Caetano.

O Thiago Marques, quando ele propõe um trabalho, ele já tem uma visão do que ele quer. Foi ele que trouxe as músicas, ainda que algumas delas tenham vindo da apresentação que eu fiz com a Zezé e com a Cida. E eu gosto de trabalhar assim, quando um produtor chega com a sua ideia. Eu mesma não conhecia Gênesis, por exemplo. E quando começamos a trabalhar nela, mexemos em tudo, mudamos a música inteira. Foi uma experiência interessante de entender melhor a obra do Caetano e de dar uma cara nossa para as músicas dele.

E Caetano já aprovou o disco?

Ele ainda não deu um retorno. Mandamos o CD pra ele, recentemente, e estou aguardando. Mas as coisas estão sendo bem recebidas. Estou muito animada.

O álbum tem muitas canções fortes, com ares de protesto. Você pensou na situação do Brasil ao gravar as músicas?

Isso é uma coisa muito pessoal, que vai de cada um. Mas quando o Thiago me procurou para falar do disco, ele disse que queria um disco anárquico. Acho que conseguimos isso. Muito do que se vê no disco é intuitivo. Nasceu ali na hora que estava interagindo com os músicos, com a produção do Espírito de Tudo. Isso sempre acaba resultado em um material positivo, com harmonia na música e na interpretação.

É preciso ter uma sintonia muito grande com músicos para conseguir ter essa intuição na hora da gravação.

Os músicos também propõem arranjos e eu viajo junto com eles. Gosto dessa parte da 'fazedura', de mexer a rapadura e preparar o álbum. Gosto do ensaio, da relação com os músicos. A música não existe fisicamente, mas neste momento ela se materializa na gente. Quando acontece isso, o trabalho dá certo. E aconteceu com Espírito de Tudo.

E o que espera do futuro, Maria Alcina?

Eu estou em um momento muito feliz da minha carreira pois consegui concretizar meu trabalho como cantora. Falavam que eu era caricata, carnavalesca. Tinha a consciência de que não podia deixar a minha idade e meu tempo de carreira passarem sem eu me provar como cantora. Era o que eu queria. Agora, posso dizer que sou cantora, que sou uma intérprete. Agora, abri um portal de possibilidades e só quero esperar o futuro chegar.

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