Infelizmente, foi mais difícil fazer essa lista do que a de destaques positivos de 2018. Afinal, o ano, ainda que tenha tido alguns bons filmes, teve muita coisa ruim -- seja do cinema nacional, americano, latino ou europeu. Muita produção pretensiosa, outra sem sal, outras de pouca originalidade -- inclusive remakes, reboots e sequências absurdas e sem sentido.
O Esquina, então, deu a nota para os piores filmes e os classificou no tradicional ranking de piores longas do primeiro semestre de 2018. Não se esqueça de deixar seu comentário com os filmes que, na sua opinião, deveriam estar representados aqui na lista.
5.
Título: A Maldição da Casa Winchester
Direção: Michael Spierig e Peter Spierig
Elenco: Helen Mirren, Jason Clarke, Sarah Snook
Nota do filme: 2,8
1. Originalidade: 2,5
2. Qualidade Técnica: 2,0
3. História: 3,5
4. Atuações: 5,0
5. Caráter Mobilizador: 1,0
Justificativa: O elenco apontava para uma direção positiva. Afinal, Hellen Mirren (Ella e John) e Jason Clarke (Planeta dos Macacos: O Confronto) são bons atores e dificilmente entram em bombas. No entanto, os diretores apontavam para outra: fizeram o razoável O Predestinado e os fiascos Jigsaw e 2019. Prevaleceu, então, a qualidade dos cineastas. A Maldição da Casa Winchester é um filme vergonhoso: a começar pelo terror, que não assusta nem uma criança; passando pelo visual artificial do cenário; e indo até momentos constrangedores, como a personagem de Mirren psicografando a arquitetura de um quarto. É um filme que, de tão ruim, se torna engraçado. Crítica completa, AQUI.
4.
Título: 15h17: Trem para Paris
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Anthony Sadler, Alex Skarlatos, Spencer Stone
Nota do filme: 2,3
1. Originalidade: 5,0
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 0,5
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Difícil imaginar que Clint Eastwood, responsável por filmes como Gran Torino e Menina de Ouro, pudesse entrar numa lista de piores do ano. Mas conseguiu -- e com louvor. Afinal, 15h17: Trem para Paris é tenebroso. Ainda que o objetivo e a ideia sejam bons, de colocar heróis americanos para reviver momentos históricos, o resultado final da produção choca pela fragilidade de seu roteiro, de suas atuações e do sentido geral da coisa. Nada combina e o filme possui um segundo ato que entra para a história do cinema como um dos piores já feitos -- o que são as cenas dos americanos 'turistando'? É ruim, é mal feito, é mal executado e dá vontade de largar a projeção na metade. Crítica, AQUI.
3.
Título: Não Se Aceitam Devoluções
Direção: André Moraes
Elenco: Leandro Hassum, Jarbas Homem de Mello
Nota do filme: 2,3
1. Originalidade: 1,0
2. Qualidade Técnica: 1,5
3. História: 5,5
4. Atuações: 2,5
5. Caráter Mobilizador: 1,0
Justificativa: Aconteceu o inimaginável: Leandro Hassum conseguiu piorar um filme que vinha para sua terceira adaptação nos cinemas -- a primeira é mexicana; a segunda, francesa. Com uma trama repleta de personagens dispensáveis, piadas machistas e uma história que não encaixa como as outras versões, Não se Aceitam Devoluções causa um genuíno sentimento de estranheza durante a projeção. Nem o final emocionante consegue criar qualquer sentimento no espectador, que o encara de forma distante. Não funcionou. Critica completa AQUI.
2.
Título: Los Territorios
Direção: Iván Granovsky
Elenco: Iván Granovsky, Joana de Verona, Valeria Lois
Nota do filme: 2,1
1. Originalidade: 5,5
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 0,0
4. Atuações: 0,5
5. Caráter Mobilizador: 3,5
Justificativa: Um dos filmes mais pretensiosos dos últimos anos, Los Territorios é insuportável. Ao contrário da maioria dos filmes nesta lista, que acaba descambando para a diversão de tão ruim que são, Los Territorios causa desespero ao mostrar a jornada desinteressante do jovem argentino que tenta encontrar um lugar no mundo. A cadência do filme não só causa um sono involuntário como o personagem principal -- interpretado pelo próprio diretor -- é uma das construções sociais mais chatas e petulantes do cinema recente. Bola fora da Argentina, de Iván Granovsky e do cinema. Crítica completa AQUI.
1.
Título: Selfie para o Inferno
Direção: Erdal Ceylan
Elenco: Alyson Walker, Meelah Adams, Tony Giroux
Nota do filme: 1,5
1. Originalidade: 5,0
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 0,5
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Não tinha como mudar esse cenário. Selfie para o Inferno é o perfeito anti-filme. A história é um vazio narrativo que é completado por situações clichês e truques artificiais para tentar dar susto no espectador -- e não dá, só causa riso. As atuações são primárias, remetendo ao teatrinho de Ensino Fundamental. E a direção é uma das maiores piadas dos últimos tempos, ficando totalmente perdida na construção do filme. Não tinha como ser diferente: Selfie para o Inferno é o pior filme do semestre. Quiçá, do ano. Crítica, AQUI.
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* Menções honrosas e suas respectivas notas: Cinquenta Tons de Liberdade (3,2), Uma Dobra no Tempo (3,3), No Olho do Furacão (3,4) e Verdade ou Desafio (3,6).
** Em caso de empate, o Esquina compara as notas conforme ordenadas na lista acima, indo de originalidade, para qualidade técnica, história, atuações e caráter mobilizador.
*** As notas diferem entre listas de rankings por conta da diferença nas notas dentro de seus universos fímicos.
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