2020 está sendo um ano atípico para os cinemas. Afinal, se considerarmos apenas os lançamentos nos cinemas, temos títulos apenas até março. Depois disso, a quarentena já começou e os lançamentos ficaram restritos ao streaming e VoD -- e, convenhamos, acabaram deixando apenas produções medianas e sem relevância. Os cinéfilos estão num período difícil.
No entanto, os filmes ruins continuam a ser lançados, das mais diversas maneiras. Aqui, nesta lista, temos produções que saíram na plataforma Cinema Virtual, outras que foram exibidas temporariamente no streaming Mubi, várias exclusivas da Netflix e um punhado que conseguiu passar nos cinemas. São filmes ruins, no geral, e que podem incitar bons debates por aqui.
Vale ressaltar que consideramos a data de lançamento no Brasil - se o filme é de 2019, mas chegou ao Brasil só neste ano, ele entra na lista. Além disso, vale dizer: se você tiver alguma sugestão ou crítica sobre a lista, deixe nos comentários! Queremos saber quais são os piores filmes, na opinião de vocês, e o que os leitores acharam dessas nossas nove escolhas.
7. Por Lugares Incríveis
Título: Por Lugares Incríveis
Direção: Brett Haley
Elenco: Elle Fanning, Justice Smith, Alexandra Shipp
Nota do filme: 3,9
1. Originalidade: 3,0
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 5,0
4. Atuações: 6,5
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Por Lugares Incríveis já começa alguns passos atrás. Afinal, zero originalidade para mais história adolescente sobre um casal que se conhece em um momento psicológico complicado. Já virou clichê. No entanto, esta produção original da Netflix consegue ir além. Muito além. Afinal, Por Lugares Incríveis erra ao tratar o tema do suicídio de maneira absolutamente leviana, sem qualquer cuidado necessário, colocando adolescentes e jovens sob possibilidades complicadas. Um filme que deve e merece ser problematizado. Crítica AQUI e vídeo AQUI.
6. Os Órfãos
Título: Os Órfãos
Direção: Floria Sigismondi
Elenco: Mackenzie Davis, Finn Wolfhard, Brooklynn Prince
Nota do filme: 3,2
1. Originalidade: 1,5
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 3,0
4. Atuações: 6,5
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: É incrível como este filme consegue partir de nada e chegar à lugar algum. Pra começar, Os Órfãos já tem uma outra versão, de 1961, muito mais bem feita e poderosa. Mas tudo bem. Vamos supor que não ligamos pra isso e aceitamos Os Órfãos assim, com essa parca originalidade. Ainda assim, porém, o filme é péssimo. A história é mal escrita, mal conduzida. E, além disso, pode-se dizer que a cineasta Floria Sigismondi é responsável por um dos finais mais estranhos, abruptos e sem sentido da história do cinema. É bizarro. Crítica completa, AQUI.
5. Ema
Título: Ema
Direção: Tyler Perry
Elenco: Mariana Di Girolamo, Gael García Bernal, Santiago Cabrera
Nota do filme: 3,0
1. Originalidade: 5,0
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 4,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Ema, filme que chegou ao público brasileiro via uma interessante estreia na plataforma Mubi, comprova como o cineasta chileno Pablo Larraín é instável. Afinal, ele dirigiu os excelentes O Clube e No, mas também é o responsável pelo sonífero Jackie e esta bomba aqui. Com um visual ousado, e que confere esses cinco pontos acima em qualidade técnica, Pablo conta a história de uma jovem de dança perdida na vida. É chato. Tão chato quanto Jackie. E pior: quem conseguir chegar ao final, nem ao menos será bem recompensado. Péssimo.
4. O Limite da Traição
Título: O Limite da Traição
Direção: Tyler Perry
Elenco: Crystal Fox, Phylicia Rashad, Bresha Webb
Nota do filme: 2,6
1. Originalidade: 5,0
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 3,0
4. Atuações: 4,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: A partir de agora, é ladeira abaixo. A diferença entre os filmes é mínima, de tão ruins que são. E O Limite da Traição talvez seja o mais vergonhoso. Dirigido por Tyler Perry (da franquia Madea), o longa-metragem conta uma história novelesca sobre m casal que vive uma vida de mentiras, falsidades, traições e por aí vai. Dá vergonha. Mas o pior vem com a trama judicial e de julgamento, que tem algumas das sequências mais vergonhosas do cinema. Perry, como sempre, não sabe dirigir e entrega um filme desastroso. Crítica AQUI e vídeo AQUI.
3. O Grito
Título: O Grito
Direção: Nicolas Pesce
Elenco: Tara Westwood, Junko Bailey, David Lawrence Brown
Nota do filme: 1,6
1. Originalidade: 0,0
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 3,0
4. Atuações: 4,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Na CCXP de 2019, o tom deste filme já estava definido. No palco, o criador e diretor dos filmes originais de O Grito disse em alto e bom som: não tenho absolutamente nada a ver com este novo filme. Tirou o corpo fora. E não era pra menos. O Grito, esta bomba de 2020, é daqueles filmes de terror que dão medo, mas não pelos motivos correto. Os sustos são fracos, a maioria das cenas apela para jump scares, o roteiro é risível e o desconforto dos atores pode ser sentido através da tela. A vontade é correr para desligar a TV e nunca mais se lembrar disso.
2. Mentiras Perigosas
Título: Mentiras Perigosas
Direção: Michael M. Scott
Elenco: Nick Purcha, Joe Costa, Camila Mendes
Nota do filme: 1,0
1. Originalidade: 1,0
2. Qualidade Técnica: 0,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 3,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Pense num suspense genérico, mequetrefe. Daqueles que não são memoráveis em absolutamente nada. Agora multiplique isso por dez. Eis Mentes Perigosas, essa produção da Netflix que não acerta em absolutamente nada. Camila Mendes está deslocada, a história é muito mal escrita e nada, absolutamente nada, trabalha em prol de uma história realmente desafiadora. Tudo ali busca facilitações, escapes e soluções que não fazem sentido para o que já tinha sido apresentado antes. Fraco, fraco, fraco. A crítica completa pode ser encontrada AQUI.
1, O Segredo da Floresta
Título: O Segredo da Floresta
Direção: Vikram Jayakumar
Elenco: Vanessa Curry, Sahil Shroff, Subrat Dutta
Nota do filme: 0,4
1. Originalidade: 1,0
2. Qualidade Técnica: 0,0
3. História: 1,0
4. Atuações:0,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Mas não tinha como ser diferente. O pior filme, disparado, foi esta bomba que chegou direto na plataforma Cinema Virtual. O Segredo da Floresta, longa-metragem do indiano Vikram Jayakumar, não dá vergonha, não causa tédio, nem nada dessas outras reações que citei acima. Ele, na verdade, causa desespero. É muito, muito difícil chegar ao final do filme satisfeito com qualquer aspecto da produção, que conta com atores medíocres, uma história genérica e nenhum susto efetivo. Difícil entender os motivos da A2 ter comprado essa bomba. Crítica AQUI.
****
** Em caso de empate, o Esquina compara as notas conforme ordenadas na lista acima, indo de originalidade para qualidade técnica, depois história, para atuações e, por fim, caráter mobilizador.
*** As notas diferem entre listas de rankings por conta da diferença dentro de seus universos. A nota de qualidade técnica pode fica maior na lista nacional por conta da comparação direta com outros concorrentes, enquanto diminui no ranking mundial.
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