Diretor de filmes como Se Beber, Não Case! e Anjos da Lei, Todd Phillips fez nome em 2019 ao assumir a batuta do excelente Coringa -- um filme, como sabemos, longe de causar riso. Durante o período de divulgação do longa-metragem sobre o vilão, o cineasta justificou o motivo, à Vanity Fair, de ficar de se afastar dos filmes que causam riso e, assim, partir para a ação:
Vá tentar ser engraçado com essa cultura consciente de hoje em dia. Havia artigos escritos sobre o motivo das comédias não funcionarem mais
No entanto, apesar do pessimismo de Phillips, 2019 foi um ano interessante para a comédia. Vários filmes estrangeiros, principalmente vindos da França e da Argentina, causaram um riso natural e incontido. E acabaram deixando o ano, difícil em todo o mundo, mais leve e divertido -- ainda que a qualidade da produção, infelizmente, não se iguale ao que vimos lá em 2018.
Abaixo, veja os 5 melhores filmes de comédia que chegaram no cinema e streaming em 2019:
5.
Título: Casal Improvável
Direção: Jonathan Levine
Elenco: Charlize Theron, Seth Rogen, Bob Odenkirk, Andy Serkis
Nota do filme: 6,7
1. Originalidade: 5,0
2. Qualidade Técnica: 7,0
3. História: 8,0
4. Atuações: 8,0
5. Caráter Mobilizador: 5,5
Justificativa: Ainda que seja um tanto quanto genérico e esquecível, este filme dos produtores de É o Fim e Vizinhos aposta nesse humor quase extinto: bobagem em cima de bobagem, com bastante humor físico e de situação, e com um fiapo de trama. Neste caso, é a história da política (Theron) que acaba se envolvendo com o nerdão (Rogen). Se não fosse por um punhado de piadas escatológicas desnecessárias, estaria acima neste ranking. Crítica completa AQUI.
4.
Título: Vingança a Sangue-Frio
Direção: Hans Petter Moland
Elenco: Liam Neeson, Laura Dern, Michael Eklund
Nota do filme: 6,7
1. Originalidade: 4,0
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 7,5
4. Atuações: 7,5
5. Caráter Mobilizador: 6,0
Justificativa: Remake do ótimo O Cidadão do Ano, este bom filme de ação e comédia tinha tudo para figurar em várias listas de favoritos por aí. Afinal, o diretor Hans Petter Moland é o mesmo cineasta por trás do filme original e, como em todos os seus outros trabalhos, possui uma qualidade acima da média. Mas polêmicas de Neeson na divulgação de Vingança a Sangue-Frio diminuíram a força do longa. Mas, ainda assim, um dos melhores do ano. Crítica completa AQUI.
3.
Título: Um Banho de Vida
Direção: Gilles Lellouche
Elenco: Mathieu Amalric, Guillaume Canet, Benoît Poelvoorde
Nota do filme: 7,1
1. Originalidade: 7,0
2. Qualidade Técnica: 7,0
3. História: 6,5
4. Atuações: 7,5
5. Caráter Mobilizador: 7,5
Justificativa: Típica comédia francesa, Um Banho de Vida mostra um grupo de homens com problemas, dificuldades ou tempo livre que decide se dedicar a uma equipe de nado sincronizado -- um esporte olímpico conhecido pela força feminina. As cenas são naturalmente engraçadas, sem ofender ninguém, e o elenco está afinadíssimo. Destaque, ainda, às músicas que complementam a experiência e deixam o filme mais gostoso. Crítica completa AQUI.
2.
Título: Normandia Nua
Direção: Philippe Le Guay
Elenco: François Cluzet, Toby Jones, Patrick D'Assumçao
Nota do filme: 7,4
1. Originalidade: 8,0
2. Qualidade Técnica: 6,5
3. História: 8,5
4. Atuações: 7,5
5. Caráter Mobilizador: 6,5
Justificativa: Esta despretensiosa comédia francesa é uma delícia de assistir. A partir da história de um vilarejo rural da França, acompanha-se a trama de um grupo de personagens demasiadamente humanos que precisa tirar uma foto para, de alguma maneira, chamar a atenção das autoridades para a região em que vivem. E o que tem na foto de tão importante? Bom, o fotógrafo estrangeiro (Jones) quer todos moradores pelados. Crítica completa AQUI.
1.
Título: Minha Obra-Prima
Direção: Gastón Duprat
Elenco: Guillermo Francella, Luis Brandoni
Nota do filme: 8,0
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 6,5
3. História: 8,5
4. Atuações: 8,0
5. Caráter Mobilizador: 8,5
Justificativa: De lavado, o título de melhor comédia de 2019 é argentino. Minha Obra-Prima acompanha a relação de um inescrupuloso negociante de obras de arte e de um artista plástico solitário e cheio de particularidades. Além da química da dupla de protagonistas, o longa-metragem chama a atenção pela mensagem que passa sobre amizade e mercado artístico. E o riso, com aquele charme argentino, rola solto. A melhor comédia do ano. Crítica completa AQUI.
Observações
* Para desempate, seguiu-se a ordem de notas: originalidade, qualidade técnica, história, atuações e caráter mobilizador.
** Algumas notas mudaram entre diferentes rankings por conta de contexto.
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