Ninguém esperava por essa: depois do terror dominar as listas de melhores dos anos nos últimos tempos, chegou a vez do cinema de ação mostrar sua cara. 2023 foi uma ótima safra para o gênero, com filmes que entregaram o pacote de "tiro, porrada e bomba" de formas bem variadas. Há aqueles filmes mais alucinantes, outros mais contemplativos. Mas vários bons.
A seguir, selecionamos os 5 melhores filmes de ação do ano, em um dos períodos mais legais e produtivos para o gênero. Arrisco dizer que até quem não é fã vai achar um bom filme pra ver.
5. O Sequestro do Voo 375
Filme que mostra como o cinema nacional tem produzido cada vez mais filmes de gênero -- e cada vez melhores. O Sequestro do Voo 375 é um thriller de ação empolgante, onde acompanhamos a história pouco conhecida sobre um homem que sequestrou um avião para jogá-lo no Palácio do Planalto. Tudo funciona bem aqui: a direção de Marcus Baldini é firme e inventiva, com cenas que nos fazem ficar na ponta da cadeira, enquanto Danilo Grangheia entrega uma das atuações mais consistentes de 2023 como o piloto que salvou todo mundo.
4. Godzilla Minus One
No final de 2023, surgiu um competidor à altura não apenas para a lista de melhores filmes de ação, mas também para a lista de melhores do ano de muita gente. Godzilla Minus One é um filme que trata o Godzilla não apenas como um monstro que surge do fundo do mar, à toa, e que destrói tudo por destruir. Esta produção japonesa busca as origens da criatura para falar sobre o medo do Japão com a ameaça nuclear e tudo que ela pode trazer a partir do desconhecido. Um filme maduro e angustiante, que consegue trazer emoções sinceras na sala de cinema.
3. O Protetor 3: Capítulo Final
Vamos para o pódio. Em terceiro lugar temos um dos filmes mais surpreendentes de 2023: O Protetor 3: Capítulo Final. Dirigido novamente por Antoine Fuqua, o longa-metragem que encerra a trilogia segue por um estilo de ação bem diferente do que estamos acostumados. Não é o ritmo insano de Missão: Impossível, John Wick, Velozes & Furiosos e afins. Não. Fuqua, sabendo também da idade de Denzel, segue por uma ação mais calma e contemplativa.
Isso, lendo assim, pode soar ruim, como se o cineasta deixasse o espectador em ebulição, cansado de algo que não interessa. Mas não é isso, de forma alguma, o que acontece. Durante mais de 100 minutos, acompanhamos interessados McCall (Denzel Washington) vivendo na Itália. Depois de matar uma gangue, sozinho, ele acaba se mudando para uma charmosa cidade interiorana. Faz amigos, se importa com os outros. Vira o seu lar e tenta tocar a sua vida.
Durante mais de uma hora, vemos um filme que fica longe do que pensamos que é a ação – algo que aconteceu também, curiosamente, com Jogos Mortais X, que fica quase meia hora se aprofundando em um drama pessoal de John Kramer. Seria uma mudança proposital de Fuqua? Parece que sim. McCall está mais experiente, assim como o diretor. Crítica completa aqui.
2. John Wick 4
A medalha de prata ficou com John Wick 4, filme de ação com Keanu Reeves que chegou em um outro nível de história por aqui. É, disparado, o mais exagerado e divertido da franquia. O longa mostra John (Keanu Reeves) novamente como um pária dentro do universo da Alta Cúpula, essa irmandade que comanda as diferentes famílias de assassinos espalhadas pelo mundo. O protagonista sequer pode contar com o apoio certeiro de Winston (Ian McShane), que o traiu no último filme, e precisará se virar como pode para matar pessoas, sobreviver e, quem sabe, ganhar o direito de ter uma vida comum. Apenas ordinária.
É uma história que anseia desesperadamente em ser maior, em todos os sentidos, do que os filmes anteriores. Ainda assim, John Wick 4 tem mais acertos do que erros. Stahelski, com roteiro de Shay Hatten e Michael Finch, mostra que adora todo o universo da franquia: ele explora ao máximo a Alta Cúpula e mostra como pode ser divertido falar de sociedades de assassinos com suas regras próprias assim como é divertido falar de heróis. Crítica AQUI.
1. Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte Um
E não tem pra ninguém. O melhor filme de ação de 2023 ficou nas mãos, novamente, de Tom Cruise. Novamente dirigido por Christopher McQuarrie, o longa coloca Cruise frente a frente com um perigo que não poderia ser mais real: a inteligência artificial. Aqui, o agente Ethan Hunt é chamado para encontrar duas partes de uma chave. O que ela abre? Ninguém sabe. A informação certa, na verdade, é que é essa chave que pode controlar essa inteligência artificial absolutamente poderosa, que pode invadir governos e até agências secretas. Um item poderoso.
Com isso, mesmo tendo um fiapo de história escrita por Erik Jendresen (Irmãos de Guerra) e pelo próprio Christopher McQuarrie, Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1 tem uma das histórias mais envolventes da franquia. Afinal, pela primeira vez, Hunt está em perigo absoluto. Está fragilizado. Ainda que o vilão de Philip Seymour Hoffman em Missão: Impossível 3 continue com o posto de mais ameaçador, é a Entidade que deixa Hunt à mercê do perigo.
Automaticamente, o longa ganha um tom de urgência acima da média. Quase desesperador. Com mais de 2h40 de duração, Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1 quase nunca deixa a peteca cair: com a necessidade de correr contra o tempo sempre, como se existisse uma bomba armada sem parar, o espectador fica na ponta da cadeira esperando uma resolução que não chega tão facilmente — afinal, lembre-se que esta é apenas a parte um. Crítica aqui.
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