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Foto do escritorMatheus Mans

Os 15 melhores filmes de 2021


Cá entre nós: o ano de 2021 não foi tão bom quanto o esperado para os cinemas. Alguns filmes decepcionaram (Tempo, A Crônica Francesa, Noite Passada em Soho), outros não chegaram a tempo no Brasil para entrar na lista de melhores do ano (como é o caso de Spencer, filme que, sem dúvida alguma, faria parte da publicação). Acabou sendo um ano morno, banal, esquecível.


Ainda assim, foi difícil selecionar apenas 15 filmes para a lista de melhores do ano. Como sempre, selecionamos apenas produções que tiveram lançamento comercial no Brasil entre 1º de Janeiro e 31 de dezembro de 2021 -- se for um filme de outro ano, continua na lista. E não importa se foi para streaming ou cinema. O que importa, aqui, é a qualidade da produção. E só.


Por fim, convidamos você, leitor, a dar sua opinião nos comentários. Qual o melhor de 2021?


15.



Título: Turma da Mônica: Lições Direção: Daniel Rezende Elenco: Giulia Benite, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Kevin Vechiatto Nota do filme: 8,4 1. Originalidade: 8,0

2. Qualidade Técnica: 9,0

3. História: 9,0

4. Atuações: 8,0

5. Caráter Mobilizador: 8,0


Justificativa: Antes de tudo: que alegria poder começar a lista com um filme nacional, em tempos em que a arte é tão atacada no Brasil. É revigorante. Ainda mais com um filme como Turma da Mônica: Lições. Depois de já acertar em cheio em Laços, Daniel Rezende volta ao posto de diretor para comandar, novamente, uma história que transpira sensibilidade. O elenco mirim cresceu, assim como os personagens. Com isso, os dilemas são ainda mais emocionais e o filme, de maneira acertada, trata tudo com cuidado e responsabilidade. Para ver com a família.

14.




Título: Ataque dos Cães Direção: Jane Campion Elenco: Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst, Jesse Plemons Nota do filme: 8,5 1. Originalidade: 8,0

2. Qualidade Técnica: 9,5

3. História: 7,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 8,0


Justificativa: Jane Campion é a responsável por esse faroeste que segue na contramão de qualquer filme do gênero. Afinal, com atuações marcantes de Cumberbatch e, principalmente, de Kodi Smit-McPhee, Ataque dos Cães surpreende com sensibilidade em meio a aridez do centro-oeste americano. Há derrapadas na história, que não é tão boa quanto poderia ser. Ainda assim, a força dos personagens e a direção sob medida de Campion, que reafirma sua voz como uma das mais originais do cinema, colocam o filme na lista. Para ler a crítica completa, clique AQUI.


13.




Título: Berlin Alexanderplatz Direção: Burhan Qurbani Elenco: Welket Bungué, Albrecht Schuch, Jella Haase Nota do filme: 8,6 1. Originalidade: 8,0

2. Qualidade Técnica: 9,5

3. História: 9,5

4. Atuações: 8,0

5. Caráter Mobilizador: 8,0


Justificativa: Filme inspirado em um clássico literário alemão e que já ganhou uma outra adaptação, considerada definitiva por muitos, pelas mãos de Rainer Werner Fassbinder. Aqui, porém, Burhan Qurbani inverte parte da lógica da narrativa tradicional e, com um formato potente de Odisseia do Homem Moderno, conta a história de um homem negro, imigrante na Alemanha, e que passa por uma série de provações. Forte, moderno, bem adaptado, é um filme inspirador e que quebra vários padrões do gêneros, justificando a existência. Crítica AQUI.


12.



Título: A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas Direção: Michael Rianda e Jeff Rowe Elenco: Abbi Jacobson, Danny McBride, Maya Rudolph Nota do filme: 8,7 1. Originalidade: 8,5

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 8,5

4. Atuações: 8,5

5. Caráter Mobilizador: 8,0

Justificativa: A única animação da lista não é da Disney ou da Pixar, mas sim da Sony Pictures -- e que, depois, vendeu os direitos para a Netflix. Com uma estética que lembra Homem-Aranha no Aranhaverso, o simpático filme A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas fala sobre a dependência da tecnologia e um ataque das máquinas, mas este não é o foco: aqui, o assunto principal é a família. Bonitinho e engraçado na medida certo, a animação é boa para a família toda e acerta tanto no drama quanto no humor -- o Furby gigante é maravilhoso. Crítica AQUI.


11.



Título: Nem um Passo em Falso Direção: Steven Soderbergh Elenco: Don Cheadle, Brendan Fraser, Benicio Del Toro Nota do filme: 8,8 1. Originalidade: 8,5

2. Qualidade Técnica: 8,5

3. História: 9,5

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 7,5


Justificativa: Depois de alguns anos apostando em mesmices, Steven Soderbergh surpreende com uma trama vigorosa sobre dois ladrões que decidem embarcar numa jornada de chantagens e roubos para se dar bem -- só que, por trás disso, há uma máfia da indústria dos automóveis. É um filme vigoroso e que, mesmo com algumas quebras de ritmo e uma falta de originalidade aqui e acolá, sabe como conduzir seus personagens em histórias profundas e divertidas, com destaque para Brendan Fraser, Del Toro e Don Cheadle. Crítica completa AQUI.


10.




Título: As Leis da Fronteira Direção: Daniel Monzón Elenco: Marcos Ruiz, Begoña Vargas, Chechu Salgado Nota do filme: 8,8

1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 8,0

4. Atuações: 9,0

5. Caráter Mobilizador: 7,0


Justificativa: E quem imaginava que um filme espanhol da Netflix, quase sem nenhuma publicidade, entraria na lista de melhores do ano? As Leis da Fronteira traz um ar juvenil, sem pesar no tom, ao contar a história de um rapaz que se encontra ao fazer amizade com uma gangue de sua cidade. Ainda que tenha algumas sacadas pouco inspiradoras, como a revelação final, e peque na forma de conduzir alguns personagens, é difícil não se encantar com a proposta do longa-metragem. Depois de assistir, dá vontade de viver por aí. Crítica AQUI.


9.




Título: Maligno Direção: James Wan Elenco: Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young Nota do filme: 8,8

1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 10,0

4. Atuações: 7,0

5. Caráter Mobilizador: 7,0


Justificativa: O filme é 8 ou 80: alguns amam, outros odeiam. Mas é inegável que James Wan trouxe um verdadeiro frescor para o gênero do terror com uma trama inesperada e que volta ao cinema de monstros da maneira mais inesperada possível. Ainda que as atuações não sejam tão boas e não tenha absolutamente nenhuma mensagem, Maligno tem um final que vai deixar as pessoas de boca aberta -- para o bem e para o mal. Vale pela surpresa e ineditismo. Crítica.


8.



Título: Deixe-o Partir Direção: Thomas Bezucha Elenco: Diane Lane, Kevin Costner, Lesley Manville Nota do filme: 8,9

1. Originalidade: 8,5

2. Qualidade Técnica: 8,0

3. História: 10,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 8,0


Justificativa: Infelizmente, nos últimos anos, o cinema de faroeste perdeu seu espaço ao redor de todo o mundo. Caiu em desuso, assim como os musicais. No entanto, podemos celebrar algumas pérolas que surgem aqui e ali, revitalizando o gênero. Além de Ataque dos Cães, ótimo filme nesta lista e original da Netflix, o longa-metragem Deixe-o Partir mostra como esses filmes de bang-bang ainda podem resistir nos cinemas. Aqui, a história de uma avó atrás do neto rende cenas memoráveis com algumas das atuações do ano. Filmaço. Crítica AQUI.


7.



Título: The Assistant Direção: Kitty Green Elenco: Julia Garner Nota do filme: 9,0 1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 8,0

3. História: 8,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 9,0


Justificativa: Poucos filmes acertam tanto em seus propósitos como The Assistant. Com uma direção firme e inesperada de Kitty Green, o longa-metragem acerta em cheio quando se propõe a falar sobre abuso moral no ambiente de trabalho. Julia Garner, que encaixa como uma luva no papel dessa assistente de um poderoso executivo, saber como modular as emoções em um papel deveras complexo. No final, Kitty Green acerta em cheio ao trazer fortes emoções com essa personagem completamente perdida nesse ambiente machista e tóxico. Crítica AQUI.


6.




Título: Druk: Mais uma Rodada Direção: Thomas Vinterberg Elenco: Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Magnus Millang Nota do filme: 9,1

1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 9,0

3. História: 9,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 7,5


Justificativa: Vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2021, este filme é uma verdadeira pérola do cinema neste ano. Afinal, depois do potente A Caça, Thomas Vinterberg e Mads Mikkelsen voltam a repetir a parceria num longa-metragem provocativo e que, muitas vezes, não faz tanto sentido para o público brasileiro, com professores bebendo álcool antes de cada aula para potencializar suas habilidades. É um filme ousado e criativo, com atuações de gala -- destaque absoluto para Mikkelsen numa cena final maravilhosa. Crítica completa AQUI.


5.




Título: Quo Vadis, Aida? Direção: Jasmila Zbanic

Elenco: Jasna Djuricic, Izudin Bajrovic, Boris Ler Nota do filme: 9,4 1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 8,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 9,0


Justificativa: Que pancada! Só assim para começar um texto sobre Quo Vadis, Aida?, filme intenso que completa o top cinco deste complicado ano de 2021. Com uma direção vigorosa de Jasmila Zbanic, o longa-metragem acompanha a saga de uma mulher, que trabalha como tradutora na ONU, tentando salvar seu marido e filhos de um genocídio. É um filme desesperador e que conta com a melhor atuação do ano: Jasna Djuricic, no papel dessa forte mãe e esposa que tenta manter sua família viva. Forte, impactante, emocionante. Crítica AQUI.


4.




Título: Justiça Brutal Direção: S. Craig Zahler

Elenco: Mel Gibson, Vince Vaughn, Tory Kittles Nota do filme: 9,4

1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 8,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 9,0

Justificativa: Filmaço de 2018 e que, infelizmente, chegou ao Brasil apenas em 2021 -- via Amazon Prime Vídeo e alguns serviços de video on demand. Justiça Brutal, conhecido também pelo nome original de Dragged Across Concrete, mostra Zahler novamente brincando com a noção que temos de um gênero já cristalizado em nosso imaginário. Depois do faroeste (Rastro de Maldade) e dos filmes de prisão (Confronto no Pavilhão 99), chega a vez de brincar com o cinema policial. É um filme inventivo, forte e criativo, destaque absoluto do ano. Análise AQUI.


3.




Título: Pieces of a Woman Direção: Kornél Mundruczó Elenco: Vanessa Kirby, Shia LaBeouf, Ellen Burstyn Nota do filme: 9,6 1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 9,0

4. Atuações: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 9,0

Justificativa: E o filme que leva a medalha de bronze é, também, o filme mais polêmico da lista -- alguns amam, outros odeiam. O fato é que, apesar de alguns exageros, Kornél Mundruczó acertou em cheio ao falar sobre essa mulher que perde o filho logo no parto, em uma das cenas mais tristes e dolorosas de 2021. Mas Pieces of a Woman seria bem menos do que realmente é se não fosse o elenco certeiro, com Vanessa Kirby potente em cena. Crítica completa AQUI.


2.


Título: A Lenda de Candyman Direção: Nia DaCosta Elenco: Yahya Abdul-Mateen II, Teyonah Parris, Nathan Stewart-Jarrett Nota do filme: 9,7 1. Originalidade: 9,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 9,5

4. Atuação: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 10,0


Justificativa: Remake do slasher dos anos 1990, A Lenda de Candyman é daquelas releituras que surpreendem. Afinal, a direção de Nia DaCosta traz um frescor inesperado para a história dessa assombração com um gancho na mão e abelhas que ficam ao redor. Há mais significados na trama, que vai além do óbvio e traz uma mensagem mais do que moderna para um filme de terror que tinha tudo para cair na mesmice. O destaque absoluto é Yahya Abdul-Mateen II (visto em Matrix Resurrections), que encarna um Candyman bem mais poderoso. Crítica, AQUI.


1.




Título: Os Caçadores de Trufas Direção: Michael Dweck e Gregory Kershaw Entrevistados: Piero Botto, Sergio Cauda, Maria Cicciù Nota do filme: 9,8 1. Originalidade: 10,0

2. Qualidade Técnica: 10,0

3. História: 10,0

4. Entrevistas: 10,0

5. Caráter Mobilizador: 9,0

Justificativa: O primeiro lugar da lista não poderia ser de outro filme senão Os Caçadores de Trufas, documentário que foi exibido no Festival de Toronto 2020 e que, neste ano, chegou sem muito alarde no vídeo sob demanda. Com belas imagens e uma escolha inquestionável de entrevistados, o longa-metragem emociona ao contar a história dos tradicionais caçadores de trufas no interior da Itália. Os tempos modernos e até mesmo a produção de trufas em outros países são as ameaças do filme, que se preocupa apenas em contar a história da maneira correta para que se torne uma avalanche emocional. Medalha de ouro mais do que merecida.


Menções honrosas: Não Há Mal Algum, No Matarás, Enquanto Houver Amor, Meu Pai, 007: Sem Tempo para Morrer, Val, Marighella, Undine, First Cow, 11/09: A Vida Sob Ataque, Duna.

 

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