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Foto do escritorMatheus Mans

O melhor e o pior da 43ª Mostra Internacional de Cinema


A 43ª Mostra Internacional de Cinema foi a quarta acompanhada integralmente. Duas delas como credenciado pelo Esquina -- uma oportunidade especial e que, nos dois anos, buscamos realizá-la da melhor maneira possível. Agora, chegou a hora de fazer o balanço. O que funcionou? O que não funcionou? Qual o melhor filme? E qual o pior?

Obviamente, não conseguimos ver todos os 300 longas do catálogo. Foram, na verdade, cerca de 45 filmes assistidos. Mas, como todo ano, acompanhamos as reações do público de perto e buscamos, de alguma maneira, compreender melhor o que deveria receber mais ou menos atenção. Abaixo, confira nosso balanço. E até ano que vem!

O melhor filme

É difícil definir. Synonymes, O Farol, Dois Papas. São vários os filmes que chamaram a atenção. Mas tem um que parece centralizar as opiniões num único sentido: Parasita. O longa-metragem que venceu a Palma de Ouro de Cannes foi sensação no festival. As sessões estavam sempre lotadas e o público saía extasiado -- chegamos a ouvir relatos de aplausos ao final de sessões. É um filme difícil de ser criticado. A estrela da edição.

O pior filme

O turco Pertencer, de Burak Cevik, não chega em absolutamente lugar algum. Chato e sem propósito, o longa tenta contar a história de um rapaz que mata a sogra a pedido da namorada. No entanto, não há cinema aqui. Apenas uma narração lenta, mecânica e sem vida. É um filme experimental que deu muito, muito errado. Na sessão que o Esquina acompanhou, quase metade da sala saiu -- das 20 pessoas ali, só 11 ficaram.

O melhor filme brasileiro

Babenco: Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou é um espetáculo. Dirigido por Bárbara Paz, e vencedor de melhor documentário sobre cinema no Festival de Veneza, o longa-metragem acompanha os últimos momentos de vida do cineasta Hector Babenco sobre as lentes da diretora, atriz e esposa. É pessoal, poético, dramático, inteligente. E tem um final apoteótico. Os fãs do cinema de Babenco, sem dúvida, irão se emocionar.

O melhor do evento

A 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo melhorou muito em relação ao ano anterior. Os ingressos digitais, dessa vez, funcionaram perfeitamente -- nenhuma das sessões exigiu ingresso em papel ou coisa do tipo. Além disso, a curadoria foi acertada, corajosa e moderna. Aqui no Esquina, aliás, falamos sobre as personagens femininas fortes nas telonas. As coisas funcionaram, o público estava feliz. Grande acerto.

O pior do evento

Há pouco a se comentar aqui, felizmente. Alguns pequenos atrasos -- o máximo que chegamos a ver foi 12 minutos. E, de novo, foi praticamente impossível conferir a realidade virtual. A fila era longa, a espera exagerada. Tomara que ganhe mais espaço.

A maior surpresa

System Crasher foi aquele filme que chegou de mansinho, apesar de ter a aura de ser o indicado da Alemanha ao Oscar, e arrebatou o público. Durante as duas sessões em que o Esquina esteve presente, foi possível observar as mais variadas reações -- pessoas viravam a cabeça de desespero, choravam, se angustiavam. Muitos podem dizer que é só um "filme pra festivais". Discordo. É um filmaço que permanece na mente do público.

A maior decepção

Macabro parecia ser um filmão. Um dos primeiros longas brasileiros sobre um crime real, o longa-metragem tinha tudo para ser memorável e abrir a porteira para outros filmes brasileiros sobre crimes reis -- Celso Daniel e Suzane von Richthofen, principalmente. Mas não deu. O longa-metragem tenta misturar muitos temas, vários deles sem contexto, e perde a mão. O final é amargo. Sem sentido, triste. Uma pena.

O que esperamos da 44ª Mostra?

A Mostra está sempre crescendo, se aprimorando, melhorando. Este ano foi quase impecável -- como deixamos claro acima, foram pouquíssimos os erros. Se a qualidade da curadoria, dos cinemas e do atendimento continuar, não há o que melhorar. Melhor ainda se os filmes continuarem a dialogar com a atualidade das sociedades e de governos por aí. A Mostra deve fazer pensar, refletir, se emocionar. Essa conseguiu.

 

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