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Foto do escritorMatheus Mans

"Não é uma crítica aos coachs", diz Fábio Porchat sobre 'O Palestrante'


Na coletiva de imprensa de O Palestrante, realizada na última terça-feira, 2, ficou claro que há um medo de Fábio Porchat em causar polêmica com o filme. Estreia desta quinta-feira, 4, o longa-metragem conta a história de Guilherme (Porchat), um homem que cansa de sua vida e que decide fingir ser outra pessoa -- é aí que ele passa a encarnar a vida de um coach, aquele bem motivacional. Há piadas diversas com a profissão, mas Porchat avisa: não é uma crítica.


"O filme não é uma crítica aos coachs, mas uma crítica ao cara que não deixa se levar", disse o ator e roteirista, ao ser questionado como imagina a recepção dos coachs. "A gente está vivendo um momento de mudanças na sociedade e o humor está no meio disso tudo. Essas dificuldades fazem a gente procurar uma piada melhor. Aí o cara fala: "ah, mas o Mussum fazia piada assim antigamente". Tá bom, mas é antigamente. É daqui pra frente. A gente evolui como comediante".


Gravado em 2018, O Palestrante também despertou uma pequena preocupação em Porchat quando finalmente o filme ganhou uma data de estreia -- ou seja, quatro anos após as filmagens. O ator, lá de Portugal, até pediu um link para assistir ao filme e entender como estava a história tanto tempo depois. "Queria saber o quão cancelado eu seria, já que o filme poderia ter envelhecido de 2018 pra cá", disse ele, durante a coletiva. "Mas até que passou bem o tempo".


Antônio Tabet, com seu humor sisudo bem particular, resume bem o que é O Palestrante. "O filme é a terceira via. É bom para o coach, é bom para quem vai zoar o coach", diz na coletiva.


Ideia de 'O Palestrante'


Segundo Fábio, a ideia nasceu a partir de uma ideia e um desejo. "O assunto de coaching nunca tinha sido chacoteado. Foi um prato cheio. A gente foi atrás daquelas coisas cafonas, clichês, rasas. É o exercício de cair pra trás", exemplifica. "Mas a ideia também veio de uma tristeza. Nunca tinha ninguém me esperando na saída do aeroporto com aquelas placas. Imagina como essas pessoas eram felizes. Aí me perguntei: e seu eu fosse ali e falasse que sou o Cláudio?".


A partir daí, ao lado da roteirista Cláudia Jouvin, começou a desenvolver a trama de Guilherme -- que assume o papel de Marcelo. Depois, começaram a colocar um elenco de peso para incrementar a trama. Otávio Müller, Dani Calabresa, Maria Clara Gueiros, Letícia Lima, Tabet, Miá Mello, Paulo Vieira. Segundo Fábio, há muita improvisação, mas com responsabilidade. "O roteiro estava sempre presente, pro bem e pro mal", explica. "A piada precisa jogar o filme pra frente".


No entanto, conforme apontamos na crítica, os melhores momentos são quando O Palestrante rompe com as estruturas, principalmente nas figuras de Müller, Tabet e, em alguns momentos, de Paulo Vieira. Sobre este último, aliás, Porchat fez a melhor observação da coletiva. Quando eles gravaram o filme, o ator ainda era pouco conhecido. "Ele é o Bitcoin do filme,", diz, aos risos. "Peguei na baixa, quando era o Louro José da Record, e hoje ganha mais do que todo mundo".

 

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