Juliana Paes ainda nem havia chego à coletiva de imprensa do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos quando o diretor Pedro Vasconcelos começou a justificar sua obra, que é releitura do clássico livro de Jorge Amado e remake do filme de 1976. "Eu não queria fazer um filme qualquer, nem comandar um remake", disse o cineasta. "Eu queria fazer uma homenagem ao livro do Jorge Amado."
Para isso, de acordo ele, o roteiro do filme foi inteiramente escrito a partir das palavras do escritor baiano. E ao invés de fazer uma adaptação da história, como no clássico com Sônia Braga, o novo filme é uma construção de passagens do livro, seguindo os mínimos detalhes. "O filme é, na verdade, escrito pelo Jorge Amado", disse Vasconcelos. "Só fiz uma costura do material."
Além disso, o filme de Dona Flor e Seus Dois Maridos é decorrência do sucesso da peça de teatro que corre o Brasil há algum tempo e que também tem Marcelo Faria -- o Vadinho -- no elenco. "Ao final da peça, as pessoas falavam que aquela história precisava também ser contada em formato audiovisual", disse. "Tenho o maior respeito pelo original de 1976. Mas era necessária a releitura."
Fora a peça de teatro, porém, Juliana Paes e Leandro Hassum também encontraram meios de justificar a existência desta releitura. Hassum, que vive o marido Teodoro, afirma que há a importância de discutir o empoderamento. "Há a questão da libertação sexual, que ainda é um assunto importante nos dias de hoje", disse. Juliana Paes, a Dona Flor, ecoou seu colega de elenco.
"Dona Flor e Seus Dois Maridos não poderia ter vindo em melhor momento", afirmou a atriz, que também viveu Gabriela numa recente novela global. "O filme é muito atual, pois trata do tema da libertação sexual frente à nossa sociedade. Jorge Amado era um grande feminista e que conseguiu colocar esse sentimento nas páginas. 'Bela, recata e do lar' é palhaçada! A gente precisa de amor e desejo."
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