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Foto do escritorMatheus Mans

Mais do que heróis, Stan Lee levou humanidade aos quadrinhos


Stan Lee era um ícone. Daqueles insubstituíveis, que surgem a cada duas ou três gerações, e que ajudam a moldar todo um aspecto da cultura pop. Ele, com uma mente fértil e criativa, esteve por trás do estabelecimento dos heróis nos quadrinhos, com personagens como Hulk, Homem-Aranha e Homem de Ferro, além de grupos como os X-Men, Vingadores e Quarteto Fantástico. Hoje, os filmes de heróis movimentam bilhões, seja pelas mãos da própria Marvel, da concorrente DC ou de produtoras menores.

"Nunca haverá outro Stan Lee. Por décadas ele ofereceu aventura, escapismo, conforto, confiança, inspiração, força, amizade e alegria a jovens e adultos. Ele extravasava amor e bondade e vai deixar uma marca inegável em incontáveis vidas", comentou acertadamente Chris Evans, o atual intérprete do Capitão América. “Stan Lee era tão extraordinário quanto os personagens que criou. Um super herói para fãs da Marvel, Stan tinha o poder de inspirar, entreter e conectar", disse Bob Iger, CEO da Disney.

E é exatamente isso. Por mais que seja difícil prender Lee dentro das barreiras do texto, ele criou grande parte do entretenimento escapista que existe hoje em dia. Muitos, que se afirmam mais intelectuais do que são de verdade, dizem não ver sentido no sucesso dos filmes de heróis, que tudo é uma grande bobagem. Mas, como Lee bem mostrou, não é possível ficar apenas no campo das ideias, da ideologia e da filosofia. É preciso, de certa forma, ter algo para que o público possa se apegar, se distrair, se desmistificar.

E estão errados os que dizem que a obra de Lee se restringe em batalhas vazias de seres que não são normais, corriqueiros. Ele, por meio de criaturas que não se encaixavam, trouxe diversidade e humanidade aos quadrinhos. Veja bem: até certo momento, só figuras musculosas e sobre-humanas tinha espaço nas amarrotadas páginas das HQs. Lee, porém, trouxe o Homem-Aranha à baila e tudo mudou. Jovens e pessoas comuns se viam dentro do traje vermelho e azul. Havia humanidade ali dentro e, acima de tudo, uma complexidade maior de sentimentos, emoções e objetivos.

A coisa mudou mesmo de figura, porém, com a criação dos X-Men. Grupo de mutantes, que tem Wolverine, Professor Xavier e Magneto como alguns de seus personagens, trouxe um tema de extrema importância: segregação. De maneira inteligente, delicada e muito sutil, Stan Lee e seu parceiro Jack Kirby criaram uma luta de heróis, num universo já conhecido, mas com um profundo tom social. Mais do que luta de mutantes e sociedade civil, os quadrinhos e filmes dos X-Men mostram a busca por igualdade.

Stan Lee, infelizmente, seria ainda mais necessário nos dias de hoje, quando a diversidade, a igualdade e o direito de minorias acaba se confundindo com outras questões. A ideia de suas histórias, porém, ficam nos quadrinhos. Seus personagens são imortalizados nos filmes, games e tudo mais. A ideia, felizmente, não morreu. A força do homem se cristalize em suas ideias, deixando sua presença eterna. Excelsior! Excelsior!

 
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