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Foto do escritorMatheus Mans

'Jurassic Park' completa 25 anos e continua mais atual do que nunca


Jurassic Park é um filmaço. Ainda que tenha alguns problemas de ritmo e um ou outro momento totalmente dispensável, grande parte dessa produção de Steven Spielberg acerta em cheio e consegue ficar cristalizada na memória de quem a assiste. Difícil não se arrepiar ao ouvir os acordes compostos por John Williams para a trilha ou, ainda, recordar de algumas passagens históricas, como os brutais ataques do T-Rex e dos Velociraptores.

São momentos que se consagraram na história da sétima arte por vários motivos e que, juntos, também consagram a obra como um todo. O primeiro, e mais óbvio, é o entusiasmo criativo que Spielberg estava tendo. Jurassic Park surgiu logo após Indiana Jones e a Última Cruzada e imediatamente antes de A Lista de Schindler. Ele estava, sem dúvidas, inspirado. Conseguiu trazer à tela uma história apenas interessante da literatura de ficção, traduzindo-a nesses momentos marcantes e históricos que aqui citamos.

O elenco também estava afiadíssimo. O quarteto Sam Neil, Richard Attenborough, Laura Dern e, claro, Jeff Goldblum captaram a essência da história e se eternizaram. Cada um a sua maneira, os quatro atores conseguiram brilhar em momentos distintos e com boas historias para contar. É a precisa união entre roteiro e direção de atores, tão forte nos filme de Spielberg.

Mas mais do que isso tudo, há um fator que impressiona mesmo vinte e cinco anos depois: a atualidade da obra. Vamos começar pelo aspecto mais técnico da coisa, a boa problematização da história. Por mais que seja um blockbuster pipoca, Jurassic Park traz um questionamento interessante acerca da reprodução genética. John Hammond (Attenborough), afinal, age como um deus e faz com que seres extintos voltem à vida.

É uma discussão que dificilmente vai ser superada algum dia -- atualmente, há fortes debates sobre a recriação de mamutes, por exemplo. Até quando é saudável? Até quando a tecnologia está dentro de barreiras aceitáveis? De fato, só grandes obras da história conseguiram produzir tramas com esse grau de questionamento e de temporalidade. Frankenstein, que falamos há pouco tempo no Esquina, é um desses casos emblemáticos.

Há um outro aspectos que contribui para essa atualidade constante de Jurassic Park que é um pouco mais óbvio: os efeitos visuais, especiais e práticos que, usados em conjunto, ampliam a experiência da audiência. Mesmo 25 anos depois da primeira exibição do filme, ver Jurassic Park ainda traduz uma experiência realista e deveras impressionante. Algo que Jurassic World, de apenas três anos atrás, não conseguiu manter.

Por isso tudo, vale a pena revisitar essa obra tão entusiasmante de Spielberg no aniversário de 25 anos. Não é sempre, infelizmente, que o cinema consegue trazer filmes tão divertidos e, ao mesmo tempo, atemporais e reflexivos. Jurassic Park -- ao contrário de suas sequências e da nova franquia com Chris Pratt -- é eterno. Um clássico, ainda que alguns puristas reclamem. Uma obra de arte, ainda que blockbuster. Um filme completo.

****

E aos que tiverem interesse em rever todos os filmes da saga 'Jurassic' -- fora 'Reino Ameaçado', que chegou agora aos cinemas -- pode aproveitar uma maratona do Telecine Pipoca neste sábado, 16, a partir das 15h40. E todos os filmes também estão no Telecine Play.

 

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