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Amilton Pinheiro *

Juan Duran: entre a música argentina e a mágica


Desde os anos 2000, o cantor e ilusionista argentino Juan Duran vem ao Brasil para apresentar seu espetáculo, que mistura números de música, tangos e boleros, com mágicas e outras atrações, que ele sempre mantém em segredo. “Esse espetáculo, que preparei para o Brasil, junto com músicos competentes, bailarinos e números de ilusionismo, será especial com algumas surpresas”, fala o artista por e-mail para o Esquina, sem revelar quais são.

Ele considera o Brasil sua segunda pátria. Tem um filho nascido aqui, que atualmente faz cinema em Los Angeles, e já se apresentou ao lado do pai nos seus espetáculos. Duran começou dar seus primeiros passos na carreira, que abraçaria no futuro, em casa mesmo; o pai era produtor de artistas e locutor de rádio, os primos eram cantores, e os primeiros truques de mágica, ele aprendeu com o avô.

Para virar profissional, como cantor e ilusionista, foi para os Estados Unidos, lá fez diversos cursos e aprimorou seu canto e seu timbre de voz para cantar os tangos e boleros que escutava desde criança em casa. Desta época ouvia aquela que seria sua maior referência como cantor, o artista chileno Lucha Gatina (1928-2018), que morreu no ano passado, aos 90 anos.

No espetáculo que apresenta no Tom Brasil, no domingo, 28, Tangos, Boleros, Ilusionismo y otras coisitas mas, Duran se apresentará ao lado de 30 artistas, entre bailarinos, assistentes e músicos, que ele não abre mão de contar, mesmo que tenha que diminuir seu cachê. Para ele o importante é deslumbrar o público. Abaixo segue os principais trechos da entrevista com o artista.

 

Esquina da Cultura: Lendo algumas de suas entrevistas, vi que você vem de uma família de artistas. Seu pai era locutor de rádio, representava alguns cantores e tinha um programa de tangos e boleros, enquanto seu avô lhe ensinou fazer magias, além dos seus tios e primos que cantavam também. Certamente, isso lhe moldou artisticamente. Fale um pouco mais dessa família musical, e de como isso o influenciou em suas escolhas artísticas?

Juan Duran: O meu pai tinha um programa de rádio e também foi produtor de artistas na Argentina, os meus primos também cantavam e como cresci nesse ambiente da música, acredito que não poderia ser diferente seguir esse caminho profissionalmente.

Esquina: Além de cantar e dançar, você faz números de ilusionismo. Como você introduziu os números de mágica nos seus espetáculos? Duran: Desde criança me interessei por mágica, pois meu avô me ensinava muita coisa com truques e caixinhas. No decorrer dos anos, me interessei mais, fui para os Estados Unidos, lá fiz algumas aulas para me aprimorar. Fiz teatro, dança e canto, sempre viajando e aprendendo mundo afora. Ao montar o meu espetáculo, achei que seria interessante unir o ilusionismo para ter algo diferente, não ter apenas um show de tango com bailarinos mais um espetáculo diferente com surpresas para o público assistir e interagir comigo.

Esquina: O tango e o bolero ainda conseguem atingir o público mais jovem, quais são afeitos as músicas pop e dos modismos musicais nos jovens. Como você observa isso no seu país, Argentina, o tango ainda é cultuado e divulgado entre os jovens?

Duran: No mundo inteiro os jovens escutam e gostam de estilos variados, na Argentina o tango seria como o samba aqui no Brasil. Sempre terá o seu espaço, e você pode assistir muitos shows de qualidade sempre.

Esquina: Fale um pouco desse seu novo espetáculo Tangos, Boleros, Ilusionismo y otras coisitas mas, o que podemos esperar? Duran: Esse espetáculo, que preparei para o Brasil junto com músicos competentes, bailarinos e números de ilusionismo, será especial com algumas surpresas, o público do Brasil é especial, muito caloroso, interage, cantando, se emociona e com certeza será uma noite especial

Esquina: O Brasil, assim como a Argentina, vivem uma crise econômica e política, mesmo que de dimensões diferentes. Em situações de crise, a cultura é bastante prejudicada. Como isso lhe afeta como artista e nos seus espetáculos, sempre grandiosos, como nesse que você trará para o Brasil, por exemplo, que tem por volta de 30 artistas, entre músicos e bailarinos? Duran: Realmente, existem nos dois países, essa crise econômica e política. Sempre que monto um espetáculo, penso no público. Nós devemos, como artista, levar um espetáculo de qualidade. Prefiro não reduzir esses custos, para um excelente espetáculo, e ganhar um cachê menor para mim e levar todos esses profissionais para realizar um show emocionante.

Esquina: Seu filho, que nasceu no Brasil, estuda cinema em Los Angeles, nos EUA. Você falou que ele, assim que terminar o curso, voltará para o Brasil. Vocês pensam em fazer algo juntos profissionalmente? Duran: Eu produzi alguns espetáculos na Argentina. Na peça O Dilúvio, fui protagonista e o meu filho fez uma participação. Com certeza pensamos em contracenar juntos novamente.

Esquina: Seu pai certamente foi sua maior influencia. Como ele lhe via como artista?

Duran: Meu pai sempre me apoiou, e achava que eu tinha talento para levar adiante os meus sonhos e tudo aquilo que me inspirava, vendo ele trabalhando no meio musical, junto com os meus primos, que cantavam, tendo o privilegio de poder estudar e seguir os meus passos na arte.

Esquina: Quais foram suas influências no meio artístico, e de que maneira você se aprimora?

Duran: Minhas influências são várias, como Lucho Gatica, Paul McCartney. No Brasil adoro Djavan, mas seria um coquetel de vários estilos de boa música.

SERVIÇO:

O que? Juan Duran: Tangos, Boleros, Ilusionismo y otras coisitas mas,

Onde? Tom Brasil. Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio – São Paulo/SP

Quando? 28/04/2019, às 20h00

Quanto? De R$ 69 a R$ 129

 

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