Há vinte anos, sem dimensão do quanto Harry Potter seria amado e se espalharia pelo mundo nas décadas seguintes, a então desconhecida Joanne Rowling publicou o primeiro dos sete livros da série, Harry Potter e a Pedra Filosofal. A ideia de escrever sobre o pequeno bruxo, que alimentou uma geração inteira com magia e seres nunca antes projetados, ocorreu à escritora durante uma viagem de trem de Manchester a Londres, em 1990.
Na época, Joanne estava bem longe de ter a vida que leva hoje, passando por maus momentos antes da fama. No fim de 1990, Rowling perdeu sua mãe, que sofria de esclerose múltipla e decidiu, então, ir para Portugal, onde começou a lecionar inglês. Em 1992, ela se casou com o jornalista Jorge Arantes, pai de sua primeira filha, Jéssica. Mas o casamento, do qual Rowling raramente fala, não deu certo e, em 1994, ela se mudou para Edimburgo, na Escócia. Desempregada e com uma criança pequena para criar, a escritora teve depressão e chegou a pensar em suicídio durante este período.
Rowling, então, procurou se agarrar à filha, forçando-se a seguir em frente. Escrevendo sempre que podia, ela finalmente terminou seu primeiro livro e começou a tentar publicá-lo. No entanto, ao contrário do que muitos podem imaginar ao ver o estrondoso sucesso, Joanne não conseguiu emplacar a história de primeira e teve seu manuscrito recusado mais de uma vez.
Christopher Little, agente literário com quem Rowling fecharia contrato mais tarde, por sua vez gostou do que leu e resolveu oferecer o livro à editora Bloomsbury, que acabou sendo responsável pela publicação de toda a série. Em junho de 1997, Harry Potter e a Pedra Filosofal chegou às livrarias, dando início ao fenômeno criado pela escritora, agora chamada J.K. Rowling. O pseudônimo foi criado a pedido da editora, que temia a falta de interesse dos meninos em um livro escrito por uma mulher. A letra K, uma vez que Joanne não possui nome do meio, foi emprestada do nome da avó da escritora, Kathleen.
Desde então, foram publicados todos os sete livros da série, também adaptados para o cinema pela Warner Bros., além de outros títulos ligados ao bruxo e produtos licenciados pela marca. Em duas décadas, Rowling tornou-se um dos nomes mais famosos da Inglaterra, indo de desempregada à bilionária.
De acordo com a revista Forbes, mesmo depois de anos a franquia Harry Potter ainda parece lhe garantir bons rendimentos. Nos últimos doze meses, a britânica faturou US$ 95 milhões (R$ 314,5 milhões), figurando como a terceira celebridade mais bem paga de 2017, atrás apenas do rapper e produtor Diggy (US$ 130 milhões) e da cantora Beyoncé Knowles (US$ 105 milhões).
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