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Michelly Cruz

Gerard Butler emociona como pai ausente em 'Um Homem de Família'


Um Homem de Família, filme dirigido por Mark Willians, conta a história de Dane Jensen, um headhunter corporativo de Chicago, egocêntrico e inescrupuloso, que coloca o trabalho acima de qualquer coisa, incluindo sua esposa, Elise, e seus três filhos.

Jensen, interpretado por Gerard Butler (P.S. Eu Te Amo), tem sua grande chance profissional quando seu chefe, Ed (Willem Dafoe), decide se aposentar e escolher alguém para ocupar seu lugar. Ele – favorito ao cargo – passa, então, a disputar a vaga com Lynn Wilson (Alison Brie), uma jovem e igualmente competitiva concorrente.

Os problemas na vida do caçador de talentos, apesar de terem o ambiente empresarial como pano de fundo, só começam de verdade quando ele chega em casa. Devido ao vício pelo trabalho, as cobranças de Elise (Gretchen Mol) por sua presença em família se tornam algo frequente na relação dos dois, agravadas ainda mais quando o filho mais velho, Ryan, é diagnosticado com uma grave doença.

É, a partir deste momento, que vemos o filme realmente engatar e Butler sair de sua zona de conforto, começando a convencer também no papel de pai. Até este ponto da trama o ator não parecia fazer mais que copiar personagens anteriores, afinal, o profissional sarcástico, que busca maneiras de vencer a todo o custo, já não é novidade em sua carreira. Papéis semelhantes já haviam sido interpretados por ele, por exemplo, em A Verdade Nua e Crua (2009) e Caçador de Recompensas (2010).

O personagem de Dane Jensen causa uma ponta de incomodo não só pela imagem de provedor que tenta passar o tempo todo, mas, também, pelo menosprezo com que ele trata o fato de a esposa – dona de casa – ‘apenas’ cuidar das crianças e dos afazeres domésticos. No entanto, são justamente essas atitudes que, ao longo do filme, tornam ainda mais claras as mudanças pessoais que o personagem sofre, colocando em xeque, com a doença do filho, o que ele deve realmente priorizar.

Gretchen Mol, por sua vez, executa bem a função de mãe preocupada e cuidadosa, fazendo com que Elise equilibre a balança com o personagem de Butler. Algumas das melhores cenas do filme, aliás, são quando ela está presente, seja dividindo ou não a tela com ele.

Podemos destacar entre os personagens coadjuvantes, além de Dafoe e Brie, também Max Jenkins, que comove no papel de Ryan, e Alfred Molina, que representa, basicamente, o momento de redenção do protagonista.

A produção, como o título já indica, é uma boa pedida para ver em família e, dependendo do espírito de quem assiste, pode até arrancar algumas lágrimas. Apesar de não ter um roteiro dos mais originais, o filme, que estreia nesta quinta-feira, 18, desenvolve bem o enredo e entrega uma boa opção para quem quer ir ao cinema.

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