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Foto do escritorMatheus Mans

Em sua oitava edição, festival em SP traz debate sobre sexualidade


Descubra-se. Este é o tema que irá costurar todos os debates, exposições, instalações, mostras de filmes e workshops da oitava edição do PopPorn. Realizado anualmente em São Paulo desde 2010 e com apoio da rede social adulta Sexlog, o evento busca celebrar a cultura erótica e quebrar tabus relacionados à sexualidade ao permitir que o público presente entre em contato direto com temáticas reprimidas no cotidiano e em nossas vidas.

"Foi pensando em todos os questionamentos que nos fazemos sobre a nossa própria sexualidade", afirma da colaboradora do festival, May Medeiros, ao ser questionada pelo Esquina sobre a temática deste ano. "Queríamos falar de futuro da sexualidade, mas, para isso, seria preciso resgatar a nossa história. Queremos que o público que se questione sobre o quanto reproduzimos um comportamento sexual que muitas vezes nem faz sentido para nós."

Assim, May -- com uma equipe de colaboradores -- montou uma programação de 72 horas que traz questionamentos e (re)descobertas ao público. Nos debates, que chamam a atenção pela diversidade temática, é possível falar sobre opressão e liberdade da pornografia, a construção da feminilidade cis e trans e o que é ser homem na atualidade. Há, ainda, leitura de contos com Clarice Falcão e uma feira de zines e outros produtos.

Na mostra de filmes, que apresentará cinco curtas e quatro médias e/ou longas, também há uma pluralidade interessantíssima: há desde documentários nacionais (Chega de Fiu-Fiu e Cidade Queer), passando por produções mais experimentais (Latifúndio e Amores Líquidos) e até em filmes estrangeiros (As Lésbicas do Lower East Side). E o mais interessante: todos os filmes, independente do estilo, são dirigidos por mulheres.

Para Medeiros, esta diversidade é uma mostra de como o PopPorn evoluiu ao longo dos anos. "Sabemos que somos um festival de nicho e ainda pouco conhecido, mas as pessoas já perceberam que estamos levando à sério a discussão sobre a nossa sexualidade. Acho que, ao longo da nossa jornada, entendemos que podemos oferecer entretenimento e falar de sexo de uma forma leve, mas, principalmente, tratando sobre política."

Mayumi Sato, diretora de comunicação do SexLog e curadora do festival, o PopPorn também traz soluções sociais viáveis ao tabu da sexualidade. "Ainda que o tabu prevaleça em nossa sociedade, sabemos que sexualidade, erotismo e pornografia são assuntos que interessam as pessoas e queremos que elas se sintam acolhidas e à vontade para tratar desses temas com naturalidade", diz. "O PopPorn é um lugar de resistência, que une cultura e entretenimento, com uma visão positiva da sexualidade."

Serviços - 8º Festival PopPorn

De 9 a 10 de junho de 2018

Centro Cultural Rio Verde – Rua Belmiro Braga, 119 – Vl. Madalena

Mais informações e programação completa: facebook.com/poppornfestival e pelo site popporn.com.br

 
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