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Foto do escritorMatheus Mans

'É um filme pra cantar junto', diz diretor de 'Minha Fama de Mau'


Lui Farias, diretor por trás de Minha Fama de Mau, cinebiografia de Erasmo Carlos, possui vínculo emocional próximo com o biografado. Afinal, o pai do cineasta, Roberto Farias, foi responsável pela trilogia de filmes com Roberto Carlos como protagonista e com Erasmo como compositor de músicas originais para a trilha sonora. "Brinco que Minha Fama de Mau começou a ser feito cinquenta anos atrás", disse o diretor do longa durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta, 6, na cidade de São Paulo.

Deixando a brincadeira espirituosa de lado, Farias (Os Porralokinhas) contou que a primeira ideia de fazer uma cinebiografia de Erasmo surgiu quando ele lançou um livro sobre sua vida, em 2008. Desde então, o cineasta vem estreitando conversas com o cantor e compositor até chegar ao ponto de realizar o longa-metragem. "Erasmo me deu muita liberdade. Até sugeri dele fazer uma participação, narrar o filme, mas ele me disse que não queria fazer nada. Era um projeto meu, apesar do filme ser dele", disse.

Assim, Farias conseguiu dar uma cara própria ao longa-metragem. Trouxe um visual arrojado, baseado em quadrinhos, e até fez uma quebra da quarta parede com Chay Suede, o intérprete de Erasmo. Além disso, ele tomou a liberdade de fazer algo raro em cinebiografias de cantores: colocou músicas inteiras, sem cortes. "É um filme pra cantar junto, pra se emocionar", disse o diretor. "No início, tinha solicitado pra editora do filme colocar as músicas na íntegra para cortarmos depois. Mas não deu pra cortar nada."

Além disso, o elenco também ajudou na preparação do filme. Bianca Comparato, por exemplo, foi essencial na criação de Nara, o amor da vida de Erasmo. "Sugeri que eu interpretasse todos os romances que passaram na vida de Erasmo Carlos ao longo do filme. Foi uma maneira poética que encontrei de fazer com que a Narinha estivesse presente em toda a história", contou a atriz, também na coletiva de imprensa. "Não seria justo ou coerente fazer com que ela aparecesse apenas na última cena do longa."

O trio de atores responsável por interpretar Erasmo, Roberto e Wanderléa também se sentiram à vontade para criar. "Em nenhum momento eu procurei imitar a Wanderléa ou pedi para fazer uma cena dublada", disse Malu Rodrigues na coletiva. "O que eu fiz foi me cercar de materiais sobre ela, estudar e pesquisar muito, para desenvolver minha versão particular dela. Acho que uma simples imitação reduziria muito o impacto do filme. E a Wanderléa aprovou o que fiz. Isso, pra mim, é o que importa de verdade."

Leone, enquanto isso, não conseguiu falar com o personagem que interpreta -- Roberto Carlos não conversou com o ator, nem ajudou na preparação do filme, mas aprovou o resultado final de acordo com Lui Farias. Mas ele, a despeito dos problemas com as biografias do Rei, mostrou que está aberto a levar o personagem adiante. "Se um dia o projeto de um filme sobre o Roberto caminhar, estaria disposto a conversar, entender, pensar", disse o ator. "Me senti muito honrado de poder interpretá-lo nos cinemas."

 
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