O Homem Perfeito, como o nome e o elenco já sugerem, é uma comédia. Quase romântica, mas é uma comédia. No entanto, ao contrário do preconceito ao redor do gênero, há crítica social e assuntos importantes a serem destacados, de acordo com elenco e produção. "O filme alerta as pessoas de que a vida que vemos nas redes sociais não é real", diz Marco Luque, ex-CQC que coprotagoniza o filme. "Tudo ali é criação."
A trama já parte dessa premissa: Diana (Luana Piovani) está cansada de seu relacionamento com Rodrigo (Marco Luque), um quadrinista preguiçoso, e decide por um fim no relacionamento. Logo bate o arrependimento, mas a fila andou: o ex-marido já está apaixonado nos braços de Mel (Juliana Paiva), uma jovem bailarina. A saída que Diana vê, então, é criar um perfil fake no Facebook e iludir a garota recém-apaixonada.
"Tive o primeiro contato com a história quando a Tati Bernardi me trouxe o roteiro. Não sei se é uma história dela, de um amigo, se é um sonho. Mas me encantei com o que li pois o filme traz questionamentos e, claro, diversão, que já é uma marca registrada minha", afirma o diretor do longa-metragem, Marcus Baldini, do recente Uma Quase Dupla. "Depois, a história e o filme foram para um caminho muito positivo e diverso."
Luana Piovani (O Casamento de Romeu e Julieta) também afirma que foi fisgada pelo roteiro de O Homem Perfeito. Ainda que seja uma ativista dos direitos das mulheres nas redes sociais, não foi isso que a influenciou no longa. "Preciso ser fisgada pela história. E isso aconteceu aqui", conta. No entanto, ela comemora uma novidade: "é a primeira vez que não sou a mulher desejada do filme. O oposto do que fiz em A Mulher Invisível".
Rir é preciso. Ainda que tenha tantos aspectos propícios para a reflexão, é preciso lembrar que se trata de uma comédia. Logo, o foco aqui é produzir riso. Sobre isso, o diretor afirma que não força a diversão durante as gravações. "Eu não sei criar comédia a partir de uma cena", confessa o cineasta. "Prefiro deixar que a situação, os personagens e os atores causem isso". Piovani completa: "não há direcionamento para a piada."
Os atores comemoram a liberdade. Sérgio Guizé, por exemplo, estava gravando a novela Êta Mundo Bom! e ainda muito dentro do personagem mineiro Candinho. A possibilidade de trazer experiências para o set de O Homem Perfeito e tecer uma troca com Luana Piovani, para ele, foi essencial. "Não dá pra chutar a porta e criar um personagem sozinho. É preciso pensar no outro, nas trocas de interpretação", afirma o ator paulista.
Baldini, por fim, comemorou como essa liberdade também tem trazido bons ventos para o cinema nacional como um todo. "Temos um mercado fortalecido no cinema nacional. Temos várias comédias interessantes e que arriscam, sai da receita que era feita até agora", diz o cineasta. "É preciso ter a possibilidade de ousar nos formatos e histórias."
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