Ambição, ganância, glamour e intrigas. Pessoas dispostas a passar por cima de qualquer um para conseguirem o que querem. Um patriarca magnata, um casal de filhos que vivem em conflito com o pai e uma nova madrasta cheia de segredos. Parece trama de novelão das oito. E é. A diferença é que Dynasty vem em formato de série e não tem medo de se rasgar de cima a baixo.
No Brasil, os episódios estão na Netflix – mas ao contrário das outras produções da casa, Dynasty é disponibilizada semanalmente, já que está em transmissão televisa nos Estados Unidos. Trata-se de um reboot da CBS para a série homônima da ABC que ficou no ar entre 1981 e 1989. Quem comanda o renascimento de Dynasty é Josh Schwartz, produtor de The O.C e Gossip Girl.
Para entrar nas tramas da família Carrington, é de total importância esquecer o estilo de sucessos recentes como House of Cards, Game of Thrones e outras produções que pretendem se aprofundar em questões para além do entretenimento puro e simples – em Dynasty você vai encontrar humor, ironia e conflitos que nos trazem à memória as mais famosas novelas mexicanas de Thalia. Inclusive os tapas, vestidos rasgados e surras fenomenais.
A história, até o terceiro episódio, é movida por Blake Carrington, sua filha Fallon e a nova esposa de Blake, Crystal Flores – uma mulher tão ambiciosa quanto a enteada. Todas as ações até o momento decorreram do fato de Fallon não aceitar o prematuro casamento do pai com a relações públicas da Carrington Atlantic, empresa de exploração energética. O medo da filha é deixar de ser a mulher favorita do pai e, em se tratando de um dramalhão, não conquistar seu espaço dentro da empresa da família por conta de Crystal. Nesse período, alianças com inimigos, suspeitas de assassinato e prisões recheiam os episódios iniciais. Ao final, “ganchos” que fazem o espectador esperar ansiosamente pela próxima quinta-feira.
Apesar dos diálogos canastrões e das atuações canhestras – exceto o veterano Alan Dale, que faz o mordomo “quase da família” – Dynasty sempre deixa um gosto de quero de mais. A série conseguiu resgatar exatamente o que a maioria das novelas brasileiras vem perdendo nos últimos 5 anos: um momento de desligamento do mundo. É ficção pura, entretenimento despretensioso e que nos traz uma opção para quando não estivermos tão dispostos a ferver o cérebro com as sacanagens de Frank e Claire Underwood baseadas no cenário político mundial.
Uma crítica mais aprofundada depende de como a série vai se comportar até o último episódio. Até lá, não vejo a hora de chegar semana que vem.
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