O longa-metragem Benzinho já fez sua fama ao redor do mundo. Em Sundance, festival de produções independentes, foi aplaudido no principal cinema da competição, numa biblioteca lotada de mórmons e no resort de luxo de Robert Redford, ator veterano e um dos principais organizadores por trás do evento. Também fez história em Rotterdam e em Cannes.
Isso sem falar que estreou em mais de 40 salas na Espanha e em outras dezenas no México, na República Tcheca e na Ásia. São mais de 20 países com o filme em cartaz.
Agora, chegou a vez do filme de Gustavo Pizzi trilhar seu sucesso no Brasil, sua terra natal. Começou com o pé direito, com exibição no Festival de Gramado, mas agora se prepara para ganhar o público. Elenco e produção, porém, não estão com medo. "A gente ficou com receio das pessoas estarem criando muita expectativa. Mas já estamos ficando tranquilos", disse a produtora Tatiana Leite, em coletiva de imprensa realizada em São Paulo.
Para Karine Teles, protagonista e roteirista, é perceptível que há uma identificação das pessoas com a história contada sobre uma mãe que começa a perder o controle de sua casa e de seus filhos -- principalmente do mais velho, que recebe um convite para jogar handball na Alemanha. "Todo mundo tem mãe. Não adianta. Assim, nossa mensagem é universal, todo mundo a entende", disse Teles. Pizzi, ex-marido da atriz e diretor, complementa: "passamos uma mensagem de amor muito forte, que impacta."
Família ê, Família ah. Parte dessa bem-sucedida mensagem sobre família e transformações está nos próprios atores. Afinal, Teles tem uma química incrível com as crianças que protagonizam o filme junto com ela. Mas também, pudera: os dois menores são filhos dela com Pizzi e o do meio é sobrinho de Teles. Só o intérprete do filho mais velho, Konstantinos Sarris, não possui ligação familiar com o diretor ou com a atriz.
"No começo, eu estava reticente com a ideia", afirma Pizzi. "No entanto, eles entraram tão bem no papel nos testes que fizemos e a química se tornou tão boa, que não tinha como voltar atrás." Teles afirma que, desde o começo, defendeu a ideia de levar a família para a frente das telonas e comemora o resultado. "Todo mundo entrou dentro do papel e o resultado ficou muito agradável, muito satisfatório", diz a atriz e roteirista.
Além disso, ela diz ter sido gratificante levar sua experiência de mãe para as telonas de maneira natural. "A gente conseguiu fazer um filme para mostrar, numa sociedade machista, o trabalho difícil e quase invisível da mulher. Acham que é natural que ela cuide da casa e dos filhos, mas não é, não. É um trabalho suado e que precisa ser mais reconhecido", concluiu.
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