Difícil dizer se a televisão tem investido cada vez mais em programas de culinária ou se tenho dedicado mais atenção à esse fenômeno somente agora. O primeiro reality show culinário que me recordo foi Hell's Kitchen, que foi ao ar há mais de dez anos. Pouco tempo depois, foi a vez da confeitaria com Cake Boss, lançada em 2009. Tanto Gordon Ramsay quanto Buddy Valastro, respectivamente, eram conhecidos por pratos extraordinários, dificílimos de serem recriados -- e era essa tensão que sustentava ambos os programas.
Atualmente, na televisão brasileira, quem recebe maior destaque é o MasterChef. No entanto, o programa nasceu no Reino Unido com Franc Roddam e foi se popularizando pelo mundo todo. Uma das mais populares, a versão australiana, conta com a participação de Adriano Zumbo em todas as suas temporadas, confeiteiro conhecido por sobremesas complexas que exigem muita técnica. Ao juntar o senso culinário aguçado de Zumbo com seu notável carisma, criou-se Zumbo's Just Dessert, competição em que 12 confeiteiros amadores são desafiados em cada episódio.
O ambiente criado para o programa se assemelha à Fantástica Fábrica de Chocolate de Willy Wonka, encantando não apenas os competidores, como o próprio espectador. Com pouco menos de 60 minutos de duração, o programa australiano que chegou à Netflix é dividido em duas etapas; a primeira delas uma criação original e a segunda uma tentativa de recriar sobremesas do patisserie australiano.
Ao lado de Zumbo, Rachel Khoo assume o papel de jurada do programa, mas é extremamente sem sal (risos). Não existe entusiasmo em suas falas e adota uma postura quase que robótica, o que prejudica muito o andamento do programa. A outra confeiteira que integra o trio é a brasileira Gigi Falanga, mas, apesar de seu talento, ela mais serve como um relógio para alertar os participantes do tempo. Extremamente subutilizada, o que é uma pena.
A ideia de misturar ideias próprias com recriações é muito rica para o programa como um todo, pois é o que possibilita que o espectador enxergue tanto o lado criativo dos confeiteiros, como também o lado técnico. Zumbo é constantemente vangloriado no programa pelos próprios participantes, o que pode ser cansativo, mas completamente aceitável. No geral, é um programa gostoso de assistir, principalmente para quem se interessa minimamente por gastronomia. Quem não gosta tanto da área, ainda consegue aproveitar vendo doces e bolos que mais parecem obras de arte.
também acho a Rachel travada, mas eu gosto bastante dela