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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Todos Menos Você' diverte, apesar de exageros



Estou bastante feliz com a retomada, mesmo lenta e gradual, dos lançamentos das comédias românticas nos cinemas. É um gênero simples, mas que nos apresentou alguns bons títulos como Harry & Sally, Um Lugar Chamado Notting Hill, Descalços no Parque e por aí vai. Em 2022, tivemos Casa Comigo -- bonitinho e engraçado. Ano passado, Que Horas eu Te Pego?, uma das boas surpresas do ano. Agora, Todos Menos Você, que se volta ainda mais ao humor mais adulto.


Dirigida por Will Gluck, de A Mentira, o longa-metragem conta a história de Bea (Sydney Sweeney) e Ben (Glen Powell). É amor à primeira vista, mas que é interrompido por um mau entendido. Eles acabam se reencontrando no casamento da irmã da protagonista, na Austrália, e vira aquele caos: os dois não se suportam, mas ainda existe aquela chama entre eles.


Além da boa sensação da volta das comédias românticas, Todos Menos Você também tem seus méritos como filme. Gluck erra bastante o tom em alguns momentos, passando do limite do aceitável e do realista – a cena da mulher apagando um incêndio quase nua, a busca pela aranha nas calças e a que os personagens mexem nas suas intimidades na frente dos outros.



Apesar disso, há algo aqui que ajuda o filme a ir além: a boa química entre Powell (Top Gun: Maverick) e Sweeney (Euphoria). Os atores, que movimentaram os bastidores com fofocas sobre traição, relacionamentos incendiários e coisas do tipo, estão realmente bem em cena. Você, como espectador, compra a ideia de que aqueles dois se detestam, em um primeiro momento, para depois começar a torcer para que eles deixem as diferenças de lado e se amem.


É claro que, nesse amor entre tapas e beijos, nunca há espaço para criar um drama humano e profundo, por mais que Gluck tente dar alguma profundidade para a personagem de Sweeney, Bea. O que funciona aqui é a comédia romântica pura e simples, onde vemos pessoas dentro dos padrões impostos de beleza, viajando pela Austrália e com motivos bastante fugazes para não aceitarem um relacionamento. Aquela bobagem que gostamos e já vimos várias vezes.


Dessa forma, Todos Menos Você fica na corda bamba muitas vezes. É bonitinho quando se propõe a mostrar o amor de idas e voltas, mas perde a noção em piadas que caberiam em American Pie. Rende boas risadas quando faz graça da situação, mas perde toda sua força quando tenta encaixar um drama que não cabe ali. É um filme para passar o tempo, que sabemos o final desde a primeira cena, e que tem como mérito, acima de tudo, de ajudar a resgatar esse gênero que estava se perdendo e que, agora, tem tudo para ser pop de novo.


 

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