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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'The Silence', da Netflix, é cópia ruim de 'Um Lugar Silencioso'


Eu sei, eu sei. The Silence é baseado em um livro publicado em 2015 e, por isso, não tem como ser plágio de Um Lugar Silencioso, de 2018. Pelo menos não literalmente. Afinal, por mais que, aparentemente, as histórias tenham caminhado separadas em direção ao nascimento, elas chegaram ao grande público de formas bem parecidas. E, desse modo, não dá pra negar que Um Lugar Silencioso influenciou, sim, neste novo filme original da Netflix que é mais uma bomba a integrar o catálogo do streaming. É, afinal, apenas uma mistura apática do filme de Krasinski com o fraquíssimo Bird Box, também da Netflix.

Mas vamos começar pelo início. The Silence conta a história de uma família que vive nos subúrbios dos Estados Unidos. No entanto, as coisas saem da rotina normal quando seres primitivos que se guiam pelos sons invadem o planeta Terra e, como terroristas coordenados, começam a caçar as pessoas e a destruir cidades -- sério? De novo isso? Só que essa família principal tem um ponto positivo: a filha Ally (Kiernan Shipka) é surda. Dessa maneira, pai (Stanley Tucci), mãe (Miranda Otto), irmãozinho (Kyle Harrison Breitkopf) e avó (Kate Trotter) sabem se comunicar por sinais para fugir dos bichos.

É uma trama absurdamente parecida com Um Lugar Silencioso. Como disse lá no começo, claro que o livro de The Silence não plagiou o filme de Krasinski. Mas o sucesso deste último, sem dúvidas, impulsionou e apressou as coisas na Netflix. Eles, como sempre, queriam engolir o sucesso do filme com Emily Blunt e, de quebra, ainda misturar com alguns elementos de Bird Box -- talvez o mais bem sucedido da Netflix.

O problema, porém, é que claramente as coisas aqui foram feitas às pressas. Os efeitos visuais das criaturas lembram O Escorpião Rei, filme no qual Dwayne Johnson leva um banho de CGI e fica parecendo um personagem de PlayStation 2. Aqui, essas tais criaturas, chamadas de vespas, não convencem. O visual é mal feito, parece que nem foi renderizado. Ao invés de causar medo e aflição, causa só curiosidade e riso. Fracasso.

Além disso, há um problema que desencadeia algo muito pior. O roteiro de Shane e Carey Van Dyke (Chernobyl) é tão óbvio, tão explícito, que causa constrangimento nos atores. Tucci (Spotlight), Shipka (O Mundo Sombrio de Sabrina) e Otto (O Senhor dos Anéis) ficam perdidos em cena. Sabem que os diálogos e as situações que estão vivendo são terrivelmente mal roteirizadas e, sem dúvidas, mal dirigidas pelo sempre péssimo John R. Leonetti (7 Desejos, Annabelle). É incrível que ainda deem projetos nas mãos desse cineasta. Ele não consegue fazer nem ao menos um filme bom. Nada.

Em The Silence, apenas um ou outro momento funcionam. Um vilão que arranjam perto do final, parecido com um movimento que acontece em O Nevoeiro, parece que vai dar fôlego pra narrativa. Mas que nada. Logo Leonetti, e o roteiro tenebroso, tratam de dar um final constrangedor para o personagem. Difícil vencer a vontade de desligar a tevê.

The Silence, então, é mais uma bomba do serviço de streaming. Não causa diversão, susto, entretenimento. É apenas um amontoado de situações que não consegue ser um pedaço do que é Um Lugar Silencioso, seu spirit animal. Vergonhoso, dona Netflix. De novo.

 

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