Sonic: O Filme foi uma das agradáveis surpresas do cinema de aventura dos Estados Unidos, com uma trama que sabe referenciar o videogame e, ao mesmo tempo, criar uma história gostosa para crianças e adultos. Por isso, a expectativa ao redor de Sonic 2: O Filme chega alta aos cinemas nesta quinta-feira, 7. No entanto, uma pena: frustração com a falta de criatividade.
O longa-metragem é superlativo em tudo. Ao invés de ter apenas o Sonic, o longa-metragem de Jeff Fowler, que retorna ao posto da direção, traz Tails como o parceiro do ouriço azul na defesa do planeta Terra -- e de algumas relíquias de sua espécie. Contra quem? Não só contra Robotnik (Jim Carrey), mas agora também contra Knuckles, membro de um clã inimigo de Sonic.
Ou seja: ao invés de um herói, agora são dois. Ao invés de um vilão, dois. Além disso, a maioria dos personagens humanos são jogados de escanteio, principalmente Tom (James Marsden), sem qualquer importância dentro da história que é contada, e até mesmo o divertido Agente Rocha (Lee Majdoub) que, no primeiro filme, serviu como um boa escada para Carrey em cena.
Há muito mais aventura, embates ainda mais sensacionais, muito mais efeitos e muito mais propaganda, com anúncios camuflados da Oreo, Olive Garden, dentro outros. É resultado da boa bilheteria do primeiro longa-metragem e que, agora, mostra os efeitos na forma que Sonic 2 é conduzido. E isso não seria problema de Fowler e os três roteiristas fossem tão pouco criativos.
O roteiro é basicamente uma cópia da história do primeiro longa-metragem, com uma estrutura semelhante -- as ameaças são as mesmas, assim como os estranhamentos e a mensagem sobre amizade e família acima de tudo. Há até incoerências sobre elementos da cultura de Sonic que surgem só agora, sendo que já deveriam ter sido revelados, pela lógica, na primeira história.
Sonic 2 é apenas superlativo em relação ao primeiro, com limitações criativas escancaradas. É o típico filme de produtor, sem qualquer ponto criativo de interesse. Deve agradar as crianças, ainda mais por conta da infantilização de muitos trechos, e aqueles fãs mais ávidos da franquia de videogames, que vão se empolgar com referências e momentos marcantes da história.
De resto, nada demais. Não surpreende como o primeiro filme, não inova na narrativa e até mesmo perde o vigor de ter mais Jim Carrey na tela -- que é deixado de lado por conta, principalmente, de Knuckles. Faltou liberdade criativa, ousadia e a intenção de surpreender os que já tinham se surpreendido com o primeiro longa. Sem ousadia, a franquia não vai longe.
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