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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘Shiva Baby’ é o filme mais divertido do Festival de Toronto

Atualizado: 5 de out. de 2020


Eram inúmeros os filmes esperados para o Festival de Toronto em 2020. ‘Pieces of a Woman’, ‘Nomadland’, ‘The Father’, entre outros. No entanto, o longa-metragem que acabou chamando a atenção do público e se tornando um dos queridinhos da competição foi o leve e despretensioso ‘Shiva Baby’, filme independente de comédia adolescente.


Dirigido e roteirizado por Emma Seligman, o longa-metragem tem uma premissa bem simples. Danielle (Rachel Sennott) é a filha de um tradicional casal judeu que ganha algum dinheiro sendo a companhia de um “sugar daddy” -- homens mais velhos que dão dinheiro, viagens e outras compensações para garotas mais nova em troca de suas companhias.


Tudo vai bem na vida da menina até que ela vai em um funeral com seus pais (os excelente Fred Melamed e Polly Draper). Lá, além de ter que lidar com as tias querendo saber de seu futuro acadêmico e dos “namoradinhos”, ela precisará lidar com a inusitada presença do tal “sugar daddy”, que ainda por cima estará com o filho pequeno e a esposa (Dianna Agron).

A partir daí, Seligman traça uma narrativa saborosa, engraçada e divertida. É maravilhoso ver como a protagonista reage com a situação familiar, que vai cercando seus afazeres nesse funeral. Além disso, as tiradas irônicas, o humor cheio de segundas intenções e a ótima presença dos familiares nesse ambiente conturbado, e cheio de possibilidade, é boa.


Destaque, também, para o elenco -- que segura uma boa parte do filme. Sennott é a alma do longa-metragem, mostrando um timing cômico inesperado. A dinâmica dela com Molly Gordon (que interpreta uma ex-namorada) também ajuda a alavancar algumas situações. E o grande destaque fica com os pais, responsáveis pelos momentos mais engraçados.


Pena, porém, que Shiva Baby sofra de ritmo mesmo tendo menos de 80 minutos. Adaptado de um curta-metragem da própria Seligman, o filme acaba se arrastando no segundo ato e repetindo em demasia algumas piadas e situações. A sensação é de que estamos entrando em um Dia da Marmota, de Feitiço do Tempo. As coisas não avançam e viram um ciclo.


É uma pena. Afinal, acaba tirando um pouco do brilho e da originalidade tão impressionante do longa-metragem. Mas tudo bem. Shiva Baby, ainda assim, continua sendo um dos principais e mais inesperados destaques do Festival de Toronto. É leve, é gostoso de assistir, é divertido e sabe como entreter. Tem potencial de ser queridinho em 2021.

 
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