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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Seaspiracy' é forte e triste documentário da Netflix

Atualizado: 25 de mar. de 2021


É muito comum ver pessoas recorrendo ao consumo de peixes quando cansam ou percebem os efeitos nocivos aos animais no ato de comer carne. São os chamados pescetarianos, que tiraram o bife bovino e suíno e o frango do cardápio apenas para se alimentar de frutos do mar. No entanto, não há falácia maior. Afinal, quem disse que peixes não sofrem? Que isso é sustentável?


É justamente isso que mostra o forte e impactante documentário Seaspiracy, que chegou ao catálogo da Netflix nesta quarta-feira, 24. Dirigido por Ali Tabrizi, o longa-metragem vai seguindo uma série de ideias e descobertas pelo caminho para entender o que é pesca sustentável, como isso se dá nos oceanos e o que o consumo desenfreado de peixes está causando no mar.


E o que é mostrado ao longo dos 90 minutos de projeção é chocante. Nada menos que isso. Vemos, em cenas realmente impactantes, baleias sendo caçadas, peixes em situações degradantes nas chamadas "fazendas" e, por meio de boas entrevistas, provando que não há regulação alguma do que acontece no mar -- até mesmo entidades são envolvidas nisso.

Assim como Cowspiracy, vamos entendendo como essa indústria de caça se sustenta e como não há, exatamente, uma saída. É difícil digerir tudo que é mostrado na tela e, sinceramente, a vontade é de ficar um bom tempo sem ir em um restaurante japonês. Com este filme, é fácil começar a enxergar vidas marinhas como algo a mais. Algo similar ao que fez Professor Polvo.


No entanto, apesar da importância do que é contado e a força de algumas imagens, há de se destacar que Seaspiracy beira o amador em alguns momentos. A narração constante é realmente chata, trazendo obviedades e alguns didatismos. O melhor é deixar os acontecimentos rolando na tela, sem grandes interferências e com muito mais impacto por ali.


Além disso, por mais que entenda a decisão do filme em apontar o vegetarianismo como única opção, teria sido interessante trazer algumas respostas e entrevistas que vão além nisso. Formas de criar peixes de maneira mais responsável, por exemplo, até que carne plant based se desenvolva. Faltou explorar mais essa última opção, de olho em um público amplo.


De resto, Seaspiracy é um filme chocante, forte, triste, necessário. Traz discussões que precisam ser feitas, por mais que não sejam agradáveis. Terminamos o filme fazendo algumas boas reflexões e repensando o que vamos comer na janta ou no almoço. Qual será a origem do que colocamos no nosso prato? E melhor: como será que faremos nossas refeições no futuro?

 
7 comentários

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7 comentarios


Ari Baiense
Ari Baiense
03 abr 2021

Assisti ao documentário ontem e também achei muito impactante e necessário para nossa reflexão, porém tem algo que me incomoda neste tipo de trabalho: as estatísticas soam exageradas e tendenciosas, por mais que a realidade apresentada seja cruel e deva ser discutida e combatida. Como disse o Hélio acima, as PANCs são uma opção riquíssima, que só valorizam projetos de agricultura (ou jardinagem comestível, que prefiro) urbana. Além disso devemos voltar os nossos olhos para os pequenos produtores.

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Thais Delgado
Thais Delgado
25 mar 2021

Necessário assistir. Mas estou sem coragem.

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Leandro Boaventura
25 mar 2021

Sem contar pão, macarrão, bolo, biscoito, pizza, torta, doces, molhos, azeitonas, alcachofras, aspargos, conservas, defumados, queijos vegetais (os artesanais são divinos, não perdem em nada para os animais, tem inclusive gorgonzola e brie vegetais com os mesmos fungos utilizados nos queijos de origem animal), leites vegetais de aveia, de amêndoas, de avelãs, de coco, de arroz, de soja... as possibilidades, combinações de aromas, texturas e sabores são infinitas!!!!

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Leandro Boaventura
25 mar 2021

"Até que a comida de plantas seja desenvolvida." Ela já existe e se chama arroz, feijão, frutas, verduras e legumes. Vivo muito bem com isso há muitos anos. E se quiser incrementar, existem outros cereais, outras leguminosas, as oleaginosas todas, brotos, raízes, ervas, cogumelos, algas, fermentados, curados, especiarias, azeites, chocolates, baunilha, matchá e uma infinidade de alimentos não-animais utilizados há milênios.

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Helio Sanmartim Borneo
Helio Sanmartim Borneo
25 mar 2021
Contestando a

Temos também uma infinidade de PANCS.


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