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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'SARS-CoV-2: O Tempo da Pandemia' é propaganda revestida de cinema


A pandemia do novo coronavírus já se tornou tema de vários filmes no cinema. Seja diretamente (A Corrida das Vacinas, 78 Dias) ou indiretamente, com os efeitos da pandemia (Songbird e Confinados). Agora, chega mais um documentário para se aprofundar em como a covid-19 afetou e ainda afeta nossas vidas. É SARS-CoV-2: O Tempo da Pandemia, estreia de quinta, 18.


Dirigido pelos irmãos Eduardo Escorel e Lauro Escorel, o longa-metragem fala com uma série de autoridades sobre ciência e saúde como Drauzio Varella, Eugênio Vilaça e Gonzalo Vecina. No entanto, ao contrário do esperado, não há um foco amplo sobre os efeitos da pandemia no Brasil — algo que, até agora, não tivemos. Mas sim um olhar específico sobre o Todos pela Saúde.


Para quem não sabe, o Todos pela Saúde foi uma importante iniciativa tomada durante a pandemia pelo Itaú Unibanco. Criou o fundo, com alguns bons milhões de reais, para ajudar a salvar vidas por aí e tendo, em seu corpo consultivo, nomes como esses citados. Legal, bacana, boa iniciativa. O problema é que, apesar de fingir que não, SARS-CoV-2 fica só nesse assunto.

Ainda que em um momento ou outro traga depoimentos de médicos não ligados a essa iniciativa, são histórias que sempre acabam remetendo ao trabalho do Itaú Unibanco. Parece um filme institucional, uma propaganda, para alardear o que o banco fez no período — sabe quando fazemos uma boa ação e queremos que todo mundo saiba? Pois é. É o motivo desse filme.


Além disso, infelizmente, os irmãos Escorel não conseguem trazer uma linguagem boa, que nos faça esquecer essa narrativa publicitária. No começo, por exemplo, a edição repete insistentemente uma imagem dos entrevistados tirando a máscara e guardando em um saco plástico. Qual o motivo de fazer a mesma entrada para todos entrevistados? Falta criatividade.


No final, mesmo tendo tantos nomes bons envolvidos, SARS-CoV-2: O Tempo da Pandemia não trata da pandemia no Brasil como deveria. Poderia ter sido um filme potente, profundo, melancólico. Mas, no final, não deixa de ser uma propaganda com data de validade — afinal, os entrevistados até usam tempo nas respostas, como "ontem" e "hoje". Furada das grandes.

 

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