Não tem como assistir Royalteen com alguma expectativa: são filmes sobre uma ficcional família real norueguesa, abordando principalmente os adolescentes, e que já tem uma primeira história horrorosa -- é um dos piores finais que já assisti. Agora, Royalteen: Princesa Margrethe estreia na Netflix nesta quinta-feira, 11, falando sobre a irmã real. A tal Princesa Margrethe.
Dirigido por Ingvild Søderlind (Batalhas: Freestyle), o longa-metragem deixa o tom romântico do primeiro filme para trás e abraça o drama. Margrethe, afinal, está enfrentando uma enxurrada de emoções em sua vida: o problema de ansiedade da mãe, as aparentes escapadas do pai (e rei da Noruega) e, acima de tudo, seu vício em medicamentos e, ainda mais grave, em cocaína.
Royalteen: Princesa Margrethe traz temas densos e pesados, bem diferente do que foi abordado no outro filme, colocando assuntos importantes em discussão para adolescentes -- que, querendo ou não, é o público-alvo da produção. Elli Rhiannon Müller Osborne, a atriz que faz a princesa, tem o papel de sua vida: é uma personagem absolutamente atormentada, sofrendo.
O grande problema é que Royalteen: Princesa Margrethe tem a profundidade de um pires. Não consegue, de maneira alguma, desenvolver os temas complexos que abraça. A traição do pai se torna uma espécie de redenção no final (ainda mais dramática), a saúde mental da mãe continua passando longe de profundidade e esse vício da princesa acaba desbocando em banalidades.
Royalteen: Princesa Margrethe nunca aborda os problemas de vício da personagem como deveria abordar: o sofrimento da jovem por ser uma pessoa "diferente", da família real, acaba sendo o escape. O roteiro não leva a discussão para o âmbito necessário de reflexão e apenas volta a falar banalidades sobre famílias reais. É um filme que não se aprofunda, não vai além.
Com isso, o longa-metragem prova mais uma vez como essa franquia é estranha: enquanto o primeiro filme é perdido no tempo, esta nova produção tenta se modernizar da maneira mais torta possível. Traz temas importantes e necessários de um jeito que finaliza a reflexão apenas com personagens que nunca vão ter a profundidade necessária. E pior: nem divertido é.
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