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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Royalteen', da Netflix, é filme perdido no tempo


A premissa de Royalteen, novo filme exclusivo da Netflix que chegou ao catálogo nesta quarta-feira, 17, tem uma premissa com a cara do final dos anos 1990: a jovem Lena (Ines Høysæter Asserson), depois de passar apuros na antiga escola, parte para um novo colégio. É lá que ela conhece Kalle (Mathias Storhøi), príncipe da Noruega, e se apaixona. Depois disso, em regressão exponencial das décadas em que esse filme se encaixa, Lena passa a enfrentar rivalidades.


Royalteen, assim, começa a mostrar essa jovem protagonista enfrentando os demônios de seu conturbado passado enquanto tenta encontrar uma nova vida. A partir daí, os diretores Per-Olav Sørensen e Emilie Beck vão construindo uma trama de idas e vindas, amores e desamores. Em alguns momentos eles se amam, em outros se repelem. Lena luta para enfrentar seu passado, que insiste em aparecer uma festa na piscina, na sala de aula ou em uma conversa com amigas.


Em termos morais, o filme é uma explosão chata e conservadora. Não apenas pelo status quo da realeza, sem nunca problematizar algumas questões que poderiam ser tiradas de qualquer animação clássica das princesas, mas também pela forma que Royalteen insere questões sociais da própria personagem dentro da sociedade norueguesa. Tudo sempre de forma muito arreigada, conservadora e sem vínculo com a realidade, abrindo licenças poéticas absurdas.


Além disso, fica a sensação que Sørensen (Areia Movediça) e Beck (do curta Blikkfang) não conseguem achar a maneira de conduzir essa história fincada em décadas passadas. Não é uma trama engraçada, não é realmente romântico, não é empolgante. É um filme linear, que nunca encontra sua razão de ser. A tentativa de trazer um pouco da essência de Skam, série norueguesa de sucesso, fica bastante evidente. Mas, novamente, sem conseguir repetir acertos.


O único ponto positivo de atenção tem nome e sobrenome: Ines Høysæter Asserson. A atriz, que fez justamente uma participação em Skam, tem uma leveza inebriante na tela e consegue lidar com as diferentes direções que o filme propõe ao longo de seus mais de 100 minutos.


Royalteen, assim, é mais uma produção da Netflix que não tem qualquer ponto realmente interessante ou memorável. É uma bobagem previsível, em que os próximos acontecimentos são sempre antecipáveis de tão batida que é a história. Fica difícil não só pensar se essa produção tem qualquer apelo com o público, qualquer público que seja, e mais difícil ainda de entender o que faz a Netflix gastar dinheiro, seja produzindo ou comprando direitos, de filmes tão banais.

 

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