Ricos de Amor, novo filme brasileiro original da Netflix, conta a história de Teto (Danilo Mesquita), um rapaz rico, filho de um poderoso fazendeiro (Ernani Moraes), que dorme com diferentes mulheres e não liga pros desafios da vida. Por isso, ele resolve mentir sobre sua identidade quando conhece Paula (Giovanna Lancellotti), uma empoderada futura médica.
A partir daí, o diretor Bruno Garotti (de Cinderela Pop) mostra as confusões envolvendo essa mentira de identidade e, acima de tudo, como isso impacta em sua vida e em seu dia a dia.
Bebendo da fonte de filmes como Uma Linda Mulher e até mesmo Podres de Ricos, o longa-metragem começa mergulhado em clichês. É o rapaz pegador e garanhão que não liga pra nada; a menina esforçada e sem oportunidades; o pai severo que quer que o filho dê o melhor de si; e por aí vai. É um desfile de figuras e personagens que já foram vistos aos montes no cinema.
No entanto, rapidamente, o roteiro de Garotti e Sylvio Gonçalves (S.O.S. Mulheres ao Mar) trata de ir além do romance envolvendo esses personagens e faz o mais puro suco da comédia nacional. Apostando em um eficiente humor de costumes, Ricos de Amor brinca com situações de aparências e com troca de identidade, atingindo até personagens para além do protagonista.
Com isso, Garotti proporciona momentos que rendem verdadeiras gargalhadas. Uma situação envolvendo o personagem do querido Marcos Oliveira (o eterno Beiçola de A Grande Família), por exemplo, é hilária. Algumas boas confusões com a personagem de Fernanda Paes Leme (Cilada.com) recai em um humor mais banal, mas ainda assim deve divertir o grande público.
Lembra, de certa maneira, aquelas comédias de fim de noite que passam na Globo. É um riso esquematizado, muito calcado em elaborações de roteiro, mas que chama a atenção e funciona.
Por outro lado, quem busca romance também pode encontrar em Ricos de Amor -- curiosamente, em menos intensidade do que a comédia, mas ainda assim presente. A química entre Lancellotti (Eu Sou Mais Eu) e Mesquita (da novela Segundo Sol) existe e flui. É natural torcer pros dois ficarem juntos e cada passo dado, em direções tortas, é um sorriso no rosto.
Dessa maneira, por mais que Ricos de Amor tenha aquela sensação de "já vi esse filme antes!", ele funciona como um humor despretensioso para passar o tempo na quarentena. Os que buscam riso vão se divertir à beça, enquanto os que quiserem sentir o romance no ar também vão se emocionar com o casal de protagonistas. Uma história bobinha, mas que entretém.
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