Que bobagem indulgente e pouco potente é a comédia espanhola Reflexões no Espelho, produção que chegou ao catálogo da Netflix nesta terça-feira, 20. Dirigido por Marc Crehuet (El rei borni), o longa-metragem tem uma premissa bem simples: falar sobre a rotina de um grupo de funcionários de uma empresa tradicional de cosméticos da Espanha em um novo momento.
A grande sacada do longa-metragem, porém, está na forma que Crehuet acompanha e aprofunda seus personagens. Como o próprio título sugere, Reflexões no Espelho mostra esses funcionários da empresa de cosméticos conversando com seus próprios reflexos. É uma forma que o cineasta encontrou de mostrar a consciência dessas pessoas na rotina de seus trabalhos.
É uma boa ideia, se executada por um bom cineasta. Não é o caso aqui, porém. Crehuet cai rapidamente em um clichê de autoajuda banal, sem nunca encontrar espaço para a profundidade do que está sendo contado aqui. São apenas discursos vazios que ecoam em tons contemporâneos, mas que aparentam ser pouco compreendidos pelo diretor da comédia.
Ao invés de provocar boas reflexões em cima dessas novas discussões sociais, Reflexões no Espelho faz comédia vazia e sem muita graça. Poderia ir além. Além disso, com exceção da protagonista Paula (Natalia de Molina), que é quem toma dianteira nas transformações dessa empresa, o longa-metragem não conta com boas atuações. O elenco parece desconfortável.
O final é uma surpresa interessante, seguindo por um caminho inusitado. Mas isso quando visto de forma individual -- se analisarmos toda a jornada do longa-metragem, com sua história aprofundando as novas relações humanas, Reflexões no Espelho acaba sendo bastante infeliz em suas opções. Será que a tristeza e a infelicidade eram as únicas saídas nessas situações?
Boa tarde! Só li criticas! Como tive uma percepção diferente, resolvi deixar meu comentário. Sim, os personagens estão estereotipados, afinal é uma comédia. Sim a comunidade Queer pode ter uma percepção ruim da forma que está o enredo e, por sinal, não se trata apenas deste grupo e sim das angustias de sobreviver numa sociedade, em muitas regiões, hermética. Porém, autoajuda não entendo como chegaram a essa conclusão, pois ninguém se sai bem nessa história. A não ser que, ser aceito seja o objetivo. Entendo que foi genial colocar o "eu" crítico ou reforçador do papel desempenhado discutindo e tentando externar o verdadeiro humano que está escondido na profundeza de cada um deles. Tentam (muitos, nem isto fazem), mas a…