Filmes sobre reuniões familiares existem ao montes. Só para falar de produções mais recentes, a comédia Sete Dias sem Fim mostrou um núcleo familiar obrigado a conviver ao longo de uma semana após a morte do patriarca. Já no potente Álbum de Família, vimos barracos e uma Meryl Streep magnética. Agora, em Questões de Família, um olhar holandês sobre esses conflitos.
Dirigido por Will Koopman (de All You Need Is Love), o longa-metragem conta a história de três irmãs (April, May e June, que dão título ao filme na língua original) que precisam voltar para a casa da mãe. O motivo? Ela está morrendo de câncer e precisará das três irmãs unidas, ao redor dessa dor, para ajudá-la nos preparativos finais e a definir o futuro do irmão autista do trio.
A partir daí, Questões de Família versa sobre a dor da perda, conflitos melhores, reencontros, desencontros e outras coisas clássicas desse tipo de história -- que já foi contada, nos cinemas, a partir das mais diferentes perspectivas, ângulos e olhares. Por isso, é difícil não sentir um certo cansaço -- e, sem dúvidas, uma boa fadiga -- ao se deparar de novo com esse velho tema.
Ainda mais que Koopman não consegue trazer nenhum frescor ou originalidade a partir de sua direção. Os enquadramentos e a forma com que conduz os personagens são genéricas, sem ousar ou trazer aspectos particulares da cultura holandesa. Faltou, aqui, uma boa caminhada para que Questões de Família se tornasse, de fato, algo realmente particular e memorável.
No entanto, apesar disso tudo, há de se destacar que a relação entre a matriarca da família com o filho autista tem uma beleza bem particular. É singela, é poderosa, é interessante e acaba se tornando o momento mais emocionante do filme, fugindo de um aspecto banal de dramalhão que a história tinha adotado até ali. Quem me dera se o longa-metragem tivesse seguido assim...
Enfim. Questões de Família é um dramalhão holandês que repete fórmulas, histórias, sentimentos e personagens. No entanto, para quem gosta de uma boa "novela nas telonas" -- ainda que este esteja disponível no Cinema Digital, para assistir no conforto de casa --, esta pode ser uma história interessante de mergulhar e refletir mais sobre as relações familiares.
A pessoa ser fã do cinema americano é uma coisa ... agora ter o cinema americano e seus atores e atrizes como modelo ou parâmetro para qualquer outra produção de cinema internacional chega a ser paranóico...😎
Não conseguiu nem enxergar que se tratava de uma comédia nos moldes da comédia francesa dos anos 90...