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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Poetas do Céu' mostra, com graça e boa fotografia, bastidores dos fogos de artifício


Amados e odiados em iguais medidas, os fogos de artifício são figuras das celebrações. É com os brilhos e estrondos deles que celebramos a entrada de um novo ano, a vitória de um time, a eleição de um candidato e coisas do tipo. No entanto, o que há por trás da produção dos fogos de artifício? Como é a logística das festas? É exatamente sobre isso que fala o filme Poetas do Céu.


Estreia dos cinemas nesta quinta-feira, 28, o longa-metragem passeia entre diversos países (Cuba, Brasil, França, Japão) para mostrar as particularidades dos bastidores das festas de fogos de artifício em cada uma dessas culturas. Com isso, o diretor Emilio Maillé (Los Años Arruza) mostra como há diferentes formas de encarar a festa, apesar dos mesmos processos.


Todas as festas retratadas são celebrações. No entanto, há um peso diferente entre o que acontece no Japão ou no Brasil -- vale dizer, aliás, que é uma pena como o Brasil é relegado ao segundo plano ao longo do filme, aparecendo bem pouco apesar da pulsante indústria do setor. É interessante notar essas diferenças e perceber o peso da cultura nas mesmas atividades.

Essa reflexão também ganha mais algumas camadas de interesse por conta da belíssima fotografia de Carlos de Miguel e Jean-Gabriel Leynaud, que sabem como filmar os brilhos dos fogos e as festas de luzes nos céus. É bonito de ver e, assim como os fabricantes e programadores de fogos são os "poetas do céu", os fotógrafos são pintores. É bonito demais.


Uma pena, porém, que o documentário perca um pouco de sua vitalidade no terço final, quando algumas coisas se tornam excessivamente repetitivas. Sem dúvidas, não era um filme para ter 100 minutos de duração. Com 20 minutos a menos, o longa-metragem seria mais enxuto, interessante e não derraparia tanto, trazendo mesmas informações repetidas e repetidas vezes.


Ainda assim, porém, Poetas do Céu coloca seu olhar sobre uma atividade global, que atravessa países e culturas quase como uma religião, compreendendo melhor suas particularidades e como é uma linguagem universal da celebração. Poderia ser mais assertivo e fluído, errando na duração e na condução da história. Mas deve ser empolgante para fãs de bons documentários.

 

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