No final de Para Todos os Garotos que Já Amei, o "felizes para sempre" chegou para o casal Lara Jean (Lana Condor) e Peter Kavinsky (Noah Centineo). Apesar de ter acontecido aos trancos e barrancos, e com uma breve ameaça na conclusão do longa, o casal "mais apaixonante da Netflix" teve primeiro encontro e o primeiro Valentine's Day. Tudo parecia estar indo muito bem...
Até Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, longa-metragem que dá sequência ao romance de Lara e Peter. Afinal, agora conta com um acréscimo: a carta-resposta de John Ambrose (Jordan Fisher), o misterioso pretendente da protagonista que ainda não tinha respondido sua carta. Inteligente e culto, ele logo cria laços com Lara, que fica balançada entre dois amores.
A sequência do queridinho filme da Netflix perdeu sua diretora, Susan Johnson, para a entrada de Michael Fimognari -- que faz sua estreia como diretor após uma carreira na fotografia, inclusive em Para Todos os Garotos que já Amei. É visível, logo de cara, como ele não tem a mesma sensibilidade da cineasta em tratar alguns temas. Falta delicadeza no temática.
No entanto, a "atmosfera John Hughes" continua ali. Clima de escola americana, relacionamentos conturbados com colegas, dificuldade de relacionamento -- mesmo sendo uma nova Lara Jean, pouco parecida com o que foi visto no filme seminal. Fãs de Para Todos os Garotos que Já Amei continuarão a enxergar, ali, uma história simpática, bonitinha e amorosa.
Há alguns momentos que devem render suspiros apaixonados e, principalmente, algumas gargalhadas -- ainda mais pelo privilégio do humor frente ao romance e sensibilidade. Destaque, novamente, para a relação entre Lara e sua irmã, repleta de verdade e bons momentos.
O que atrapalha -- e ajuda a fazer com que Fimognari derrube a sensibilidade da história -- é o roteiro mergulhado de clichês. O triângulo amoroso, as indecisões, a concorrência para "fisgar" uma garota. Tudo está ali e faz com que Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você seja apenas mais do mesmo de um gênero já esgotado. A criatividade do primeiro longa praticamente some.
O que resta é uma história simpática, com alguns bons momentos, mas que não repete a quebra de gênero do primeiro filme. As coisas são óbvias demais, previsíveis demais. Não surpreendem, não causam impacto. Você termina o filme da mesma maneira que começou: com saudades da protagonista do primeiro longa-metragem e sem saber direito qual o rumo das coisas por ali.
Lana Condor (Alita) está bem em seu papel e parece ser um dos poucos resquícios positivos do primeiro filme. Ela evoluiu, está diferente. Mas ainda dá para sentir sua personalidade. Noah Centineo (As Panteras) continua péssimo. Sua única arma é o sorriso, que encanta milhares de pessoas por aí. De resto, a sensação é de que ele faz sempre o mesmo papel, sem nunca mudar.
É evidente que a trama de Lara continua ali, escondida em algum canto -- vide a relação com a irmã, algumas boas sacadas, a boa química com Noah. No entanto, não dá pra dizer que é um filme tão simpático e amoroso quanto o primeiro. Fãs mais fervorosos vão gostara, sem dúvidas. Mas quem busca apenas uma diversão diferenciada, como no primeiro filme, vai se decepcionar.
Comments