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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Sonho de uma Família' mostra sonhos e realidades


Mostrar a vida de famílias "disfuncionais" é algo tradicional no cinema. Há casos mais intensos sobre separação, por exemplo, como Kramer vs Kramer ou o recente História de um Casamento. Ou, ainda, histórias mais leves, mas ainda assim impactantes: como Beleza Americana ou Pequena Miss Sunshine. Agora, no BIFF, é apresentado o longa italiano O Sonho de uma Família.


Dirigido pela estreante Ginevra Elkann, o filme acompanha a história de três irmãos divididos. Por um lado, a mãe está apaixonada por um religioso ortodoxo e esperando uma nova filha. Para descansar, ela manda o trio para a casa do pai, em Roma, que não mantém uma conexão emocional com os filhos. Sua principal preocupação, afinal, é um roteiro que nunca é finalizado.


A partir daí, Elkann e o roteiro de Chiara Barzini vai mostrando os desafios, as dores e os desejos que surgem de uma relação assim tão turbulenta. A caçula Alma (Oro De Commarque) sofre com a separação dos pais. O do meio, Jean (Ettore Giustiniani), tenta se encontrar na pré-adolescência. E o mais velho (Milo Roussel) tenta lidar com novas paixões, dores e amores.

É bonito, e até poético, absorver a história dessa família e desses irmãos, perdidos num mar de mudanças em sua vida. Elkann, apesar de óbvia na maioria de suas decisões, sabe como conduzir a narrativa, ambientada numa Itália do passado e em que a vida em adolescência e na juventude era mais simples. Há pureza e ar familiar interessante em O Sonho de uma Família.


Destaque, principalmente, para a atuação da pequena Oro de Commarque. Apesar de não ter nem 10 anos, ela consegue segurar a narração que surge aos poucos na trama. É prodígio.


No entanto, há de se destacar: por mais que seja um filme bonitinho e gostoso de assistir, é mais do mesmo. Dezenas e dezenas de outros filmes já falaram sobre famílias disfuncionais, separações e coisas do tipo. Além dos já citados, há alguns ainda mais próximos como Amor a Toda Prova, A Última Coisa e, até mesmo, o excelente nacional As Melhores Coisas do Mundo.


Dessa forma, é um filme gostoso de assistir, bonitinho, cheio de boas mensagens. No entanto, não traz nada que o torne memorável ou distinguível dentro de tantos outros exemplos similares. É para assistir, soltar alguns sorrisos, passar o tempo. E, principalmente, para quem gosta desses outros filmes citados: vá e veja. A diversão e a emoção estarão garantidas.

 
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