Uma secretária atolada de trabalho que precisa lidar, rotineiramente, com a pressão de sua chefe, uma importante repórter da ESPN. Um assessor que, sufocado pela quantidade de trabalho vindo de seu chefe, um investidor, não consegue aproveitar seu relacionamento com uma modelo, nem sair pra se distrair. São esses dois personagens que concentram as atenções no novo O Plano Imperfeito, comédia romântica original da Netflix.
Cheia de clichês e com uma história que parece a mistura de tantas outras já vistas, O Plano Imperfeito é um filme que não tem medo de recorrer à uma trama fofa para tapar as dezenas de buracos que permeiam seu roteiro, assim como a total falta de originalidade da história -- que mostra essa secretária e esse assessor tentando juntar seus chefes para, assim, terem tranquilidade. É o fiapo de roteiro atolado por torrentes de clichês.
Tudo ali é operante, básico, óbvio. A direção de Claire Scanlon (que dirigiu episódios de Modern Family e Brooklyn Nine-Nine) até tem um arroubo de criatividade na primeira sequência, que conta com uma edição rápida e certeira para mostrar a rotina do assessor-estagiário (Glen Powell) e da secretária (Zoey Deutch). Mas não passa disso: o restante do comando de Scanlon mira diretamente no básico, sem grande criatividade ou originalidade.
O mesmo vale para o roteiro, da fraquíssima Katie Silberman (produtora de Belas e Perseguidas e Sol da Meia-Noite), que parece se abastecer de todos os clichês possíveis do gênero para ir soltando aos poucos na trama de O Plano Imperfeito: tem os encontros imprevistos, tem o interesse amoroso de um dos personagens que não causa empatia, tem o amigo do protagonista... Até o final é previsível a partir do momento que o filme começa.
A única coisa que salta aos olhos durante a projeção é a boa sinergia entre Powell (Estrelas Além do Tempo) e Deutch (Antes que eu Vá). Ainda que os dois tenham grandes limitações interpretativas, eles conseguem encaixar atuações convincentes e funcionam quando ficam juntos em tela. Bom ficar de olho na atriz, que vem de uma boa sequência de filmes. O resto do elenco é apenas operante, sem apresentar muito material.
O Plano Imperfeito é um filme cheio de limitações, clichês que saltam aos olhos a cada cena e uma trama que não apresenta nem um pingo de originalidade. No entanto, a boa sinergia entre os dois protagonistas e a história tipicamente fofa pode agradar quem busca um bom passatempo para se distrair, se divertir um pouco e ver um romance nas telas.
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