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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Juízo' é filme genérico e sem vida


Augusto Menezes (Felipe Camargo) é um homem atormentado que decide se mudar com a mulher Tereza (Carol Castro) e o filho, Marinho (Joaquim Torres Waddington), para uma fazenda abandonada, herdada do avô, na esperança de colocar a vida nos trilhos. A propriedade, no entanto, carrega o carma da traição ao escravo Couraça (Criolo), que busca ao longo dos séculos a vingança contra a família de Augusto.

Esta é a trama de O Juízo, longa-metragem nacional que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 12, e que é um típico representando de "filme família". Não pela temática, que é pesada. Mas pela realização: Fernanda Torres é a roteirista, o marido Andrucha Waddington dirige, a mãe Fernanda Montenegro abrilhante o elenco e o filho Joaquim Torres Waddington compartilha o protagonismo do longa com Camargo e Carol Castro.

Uma pena, então, que um filme tão representativo para a família Torres-Montenegro-Waddington seja tão genérico, tão sem vida. Com ares de O Iluminado, o longa se ancora nessa história mística para explorar o caos emocional e psicológico de Augusto. É até interessante a forma como a assombração de Couraça vai e vem, mas falta densidade. Tudo parece muito previsível, muito óbvio. A tal cobrança do escravo não toma forma.

E apesar de parte do desenrolar da história ser interessante, o final é tosco, brega, confortável. Falta ousadia e, principalmente, falta uma marca própria de O Juízo. Aquela conclusão, sem vida e redundante, pode ter vindo de qualquer filme americano. Não faz diferença alguma. Cadê a brasilidade do gênero? Cada a verdade por trás disso? Falta algo para o brasileiro se identificar e notar as nuances desse terror/suspense mineiro.

Felizmente, porém, parte do elenco está dentro de seus papéis. Felipe Camargo (O Rastro), Carol Castro (Um Suburbano Sortudo) e Criolo (Jonas) entram no ambiente bem criado e exploram os dramas e terrores de seus personagens -- ainda que Criolo seja melhor cantor e compositor do que ator. Fernanda Montenegro e Lima Duarte, como sempre, estão brilhantes. Só faltou uma cena potente entre os dois pra marcar.

Só o jovem Joaquim Torres Waddington não consegue segurar o tranco. Inexperiente demais, ele não consegue corresponder ao drama e ao terror em algumas cenas.

No final, fica a sensação de algo faltando. Originalidade, cenas mais marcantes, potência de roteiro e direção. Tudo é muito genérico, calcado em dramas e terrores que o público está cansado de ver. De positivo, só as atuações destacadas, o bom ambiente criado ao redor dos personagens e a tentativa de fazer mais um terror nacional. De mercante e de potente, infelizmente, quase nada foi achado. Fica longe de As Boas Maneiras e afins.

 

1 comentário

1 comentario


L C
L C
11 sept 2023

O filme não é bom. Usar um elenco de peso como esse é até um desperdício, porque os personagens não se destacaram. Filme parado, enrolou demais, previsivo logo do início, morto em todos os aspectos. Mais um fracasso do suspense nacional. Não consegui nem sentir o protagonismo do protagonista, por ser um personagem fraco, e nem o propósito do filme.

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