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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Jogo do Disfarce', do Prime Video, parece escrito pelo ChatGPT



Olho com desconfiança para os créditos de Seth W. Owen (Morgan: A Evolução) como roteirista de O Jogo do Disfarce, longa-metragem que chegou ao Amazon Prime Video nesta sexta-feira, 12 de janeiro. Afinal, o filme é absolutamente genérico, do começo ao fim -- fazendo uma interessante dobradinha com o principal lançamento da Netflix de hoje, o fraco e banal Lift.


Afinal, a história deste longa-metragem não poderia ser mais genérica. Repetindo fórmulas que já vimos em filmes como Vizinhos Nada Secretos, Plano em Família e outros filmes do gênero, o longa-metragem conta a história de uma mulher (Kaley Cuoco) que é uma assassina profissional em segredo. Seu marido, Dave (David Oyelowo), não sabe de nada. Sequer desconfia.


Até que os dois resolvem viajar e voilà. Bob (Bill Nighy), um outro assassino, descobre quem é Emma, essa assassina que se esconde da família, e a ameaça silenciosamente. É aí que a vida da protagonista vira 180 graus, com ela precisando dar um jeito de resolver suas pendências.


Só duas coisas, em seus 100 minutos, funcionam bem no filme. Primeiramente, Bill Nighy. O ator, recentemente indicado ao Oscar pelo maravilho Living, brilha e rouba a cena nos poucos 10 minutos em que aparece. Mesmo com um texto fuleiro, o britânico consegue despertar riso de forma natural e convence com esse homem que ameaça Emma sem nunca falar sobre isso.


A outra coisa que funciona bem é Kaley Cuoco. Ainda que milhas de distância do que Nighy é capaz, a atriz de The Big Bang Theory até que se sai bem como essa protagonista de duas (ou até mais) faces. Convence e empolga, enquanto Oyelowo, um outro ator de mão cheia, parece se contentar com uma performance bastante mecânica. Ele sabe, afinal, que o texto é bem ruim.


O Jogo do Disfarce, assim, é um filme que peca por não aproveitar suas oportunidades -- assim como o já citado Lift. Mesmo com bons atores em mãos, o diretor Thomas Vincent (Possessions) segue a cartilha desse subgênero (que já está quase se tornando um gênero próprio dentro do universo de filmes de comédia de espionagem). Não há qualquer exercício narrativo ou visual para tentar avançar. O próprio Plano em Família, que já é fraco, ainda assim é muito melhor.


O longa-metragem, assim, é mais um filme que se perde no catálogo do Prime Video e que pode até divertir aquele que busca uma diversão no final de semana, mas que nunca perdurará na mente de alguém por mais de um dia -- quiçá, algumas horas. É impressionante como Hollywood parece não saber mais criar, ficando refém sempre das mesmas ideias de sempre.

 




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